Correio Braziliense
postado em 16/06/2020 15:40
Uma grande aliada aos pacientes em tratamento e recuperação do novo coronavírus é a fisioterapia. A doença ataca os pulmões e a sensação de falta de ar é um dos principais sintomas. A equipe de fisioterapeutas atua desde o ambulatório e pronto-socorro até as internações na UTI.
Quando o paciente precisa de suplementação de oxigênio para manter a saturação arterial, os profissionais intervêm para restabelecer a função pulmonar já comprometida pela infecção da covid-19. O trabalho é meticuloso e abrange o atendimento daqueles pacientes intubados e mantidos em coma artificial.
Doença silenciosa
Nem todos os pacientes que dão entrada no atendimento de emergência se queixam com falta de ar. Entretanto, o problema pode existir de forma silenciosa. Caso não haja o protocolo adequado de tratamento, o quadro pode evoluir para uma síndrome respiratória aguda ou uma pneumonia grave que podem levar o doente ao óbito.
Para todos os casos, a checagem é fundamental, conforme explica Magali Oliveira, fisioterapeuta de emergência do Hospital Regional de Taguatinga (HRT). “Seguimos o protocolo de forma criteriosa na conduta respiratória, conferimos a oximetria de pulso, realizamos a saturação periférica de oxigênio e também fazemos o exame de gasometria arterial para analisar a pressão arterial de oxigênio. Tudo porque nem sempre o paciente tem a queixa de falta de ar”.
Reabilitação
Os pacientes em situação agravada da doença também passam por constante avaliação e tratamento com a equipe de fisioterapia. Aqueles em coma induzido não podem contribuir com as atividades de reabilitação, mas ainda assim, eles são expostos a manobras para garantir que os pulmões sofram o mínimo possível.
A capacidade respiratória é sempre aferida e quando o paciente consegue alcançar capacidade respiratória sozinho, os equipamentos são desligados. “O papel do fisioterapeuta numa UTI é recuperar a mobilidade e trazer a respiração natural sem o uso mecânico do respirador. São feitos testes diários e por turno, nos quais avaliamos se o paciente consegue manter a sua respiração”, diz Rafael Siqueira, fisioterapeuta do Hospital Regional da Asa Norte (Hran).
Após a melhora do quadro, os pacientes que passaram muito tempo internados são reabilitados, explica Rafael. “É feito um processo de desmame e trabalho para que o paciente consiga desde ter uma tosse efetiva que consiga expectorar até ficar em pé e recuperar os movimentos dos braços e pernas, com o treino de marcha por exemplo”.
Para garantir a recuperação eficaz dos pacientes internados, a Secretaria de Saúde possui um protocolo exclusivo de padronização de ações para a área. O material faz parte da Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde e está em constante atualização com a descoberta de novas práticas.
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