O ataque contra o STF deflagrou também uma crise na Polícia Militar do Distrito Federal. Integrantes do governo e Ibaneis ficaram irritados com a falta de ações mais enérgicas do comando da operação para desmantelar o acampamento do grupo “300 do Brasil” e com a consequente manifestação contra o Supremo.
O descontentamento culminou na exoneração do então subcomandante da corporação Sérgio Luiz Ferreira de Souza, responsável pela operação do fim de semana. O comandante da PMDF, Julian Pontes, está afastado temporariamente para tratamento de covid-19.
Bolsonaro tem forte apelo dentro da corporação, mas, mesmo entre praças e apoiadores do presidente, a situação de sábado gerou mal-estar. Isso porque houve ataques e ameaças feitas diretamente aos militares, alguns se sentiram humilhados com as palavras dirigidas a eles por uma das lideranças do movimento, Sara Winter, presa ontem pela Polícia Federal. A avaliação é de que deveria ter vindo do comando a ordem para detê-la, no sábado, por desacato.
Policial militar da reserva, o deputado distrital Hermeto (MDB) criticou a atuação do comando da PMDF no sábado. “A tropa obedece ao comando, nós, militares, seguimos hierarquia e disciplina. Quem reagiu daquela forma contra a ação da PM, que seguia a lei, deveria ter sido preso”, avalia. “O governador agiu certíssimo (em exonerar). Faltou pulso. É inadmissível o que aconteceu. A mulher (Sarah Winter) expôs e ofendeu toda a corporação. Ela deveria ter sido presa na hora”, acrescentou.
Hermeto é fiel defensor do presidente Jair Bolsonaro, mas criticou duramente os manifestantes. “Apoio o presidente. Votei nele, mas não apoio esse tipo de manifestante”.