Cidades

Eixo capital



Bolsonaro tem o apoio da PMDF
O presidente Jair Bolsonaro tem se desdobrado para agradar à Polícia Militar do DF. Desfilou na Esplanada com o cavalo da corporação, usou máscara com o símbolo dos policiais e ainda os beneficiou com reajuste salarial enquanto os aumentos de servidores estão suspensos em todo o país. Fez questão de atender à Polícia Civil do DF desde que a PM também fosse contemplada. Tem a simpatia e a cumplicidade de muitos militares do DF. 



Hospital de campanha da Fecomércio vai ficar no papel
O índice de leitos de UTI para covid-19 ocupados chegou a mais de 64% no DF. É o número mais alto até agora. O governo acredita que hospitais privados estão mantendo os leitos para os próprios pacientes. E, para complicar, a Fecomércio-DF não cumpriu ainda o compromisso de ajudar na instalação de um novo hospital de campanha. Não vai sair mais, mesmo depois de protocolo assinado. O governador Ibaneis Rocha (MDB) está irritado com o presidente da entidade, Francisco Maia. 


Salvar vidas é o caminho
Assim que assumiu o mandato de governador do DF, Ibaneis Rocha não escondeu que tem planos para o Palácio do Planalto. Agora, seu partido começa a testar seu nome como candidato à Presidência. Foi o que disse ontem o presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi (SP). O enfrentamento à pandemia será um importante cartão de visitas para o país, se for bem-sucedido na estratégia de salvar vidas.


Escolha
O governador Ibaneis Rocha fez uma escolha, no fim de semana, em meio à crise provocada pela desocupação da Esplanada dos Ministérios, entre o mundo jurídico e o bolsonarismo. Optou pelos seus pares. 



Precaução 
Mesmo sem sintomas graves da covid-19, o vice-governador Paco Britto (Avante) precisou se internar depois do diagnóstico de infecção pelo novo coronavírus porque é paciente de risco. Já teve problemas no coração.


À QUEIMA-ROUPA 


Alberto Fraga 
Ex-deputado (DEM-DF)

“A PM deveria ter agido, mas não agiu porque não tinha ordens”

Como foi o comportamento da PMDF no fim de semana, na derrubada dos acampamentos? Há quem diga que foi omissa e há quem diga que se excedeu com o gás de pimenta...
Foi correto. A Polícia Militar age de acordo com as ordens do Comando, culpar os que estão lá de omissão não pode. A primeira providência é saber se a ordem foi dada, se sim, a PM agiu de acordo com as ordens que recebeu. Não houve nenhum excesso, até mesmo porque ninguém tem uma “varinha de condão” para fazer com que as pessoas se levantem do local, a decisão naquele momento foi correta. 

A PM é bolsonarista?
A PM não é bolsonarista, a PM é governo. De fato, a maioria dos integrantes da Polícia Militar votou no Bolsonaro. Agora, a instituição é governo e seus integrantes tomam suas próprias decisões. 


Acha que os manifestantes erraram ao 
atacar o STF com fogos de artifício?
Com certeza. Um ato de vandalismo e desrespeito a uma instituição...  Não é assim que vamos melhorar nosso país e exercer a democracia. Nesse momento, a PM deveria ter agido, mas não agiu porque não tinha ordens. 

E o governador Ibaneis? Agiu corretamente?
Resta saber se o subcomandante estava no local. Se ele estava no local e se omitiu, ele então agiu corretamente. Se ele não estava no local, então foi errado. Ele teria que punir e exonerar o comandante da tropa, pois no local ele teria condições de saber o que fazer. Se ele não fez, se omitiu. Resta saber se a ordem não veio “lá de cima”. 

Acredita que agora haverá um rompimento 
nas relações amistosas entre Bolsonaro e Ibaneis?
Não acredito. Bolsonaro tem seu jeito de ser, e Ibaneis tem o seu. São pessoas diferentes. As relações amistosas devem continuar, pois é o GDF e Governo Federal e precisam caminhar juntos, afinal o GDF precisa muito da União e o mesmo ocorre com o governo federal. Aqui é a sede do poder.  As relações precisam ser amistosas, pois um precisa do outro. 

E você? Vai ou não virar ministro?
Realmente não sei. Esse assunto já não me preocupa mais. Bolsonaro sabe a hora de tomar suas decisões. 
Disse há algum tempo que agora estou pronto para assumir uma missão no governo. Antes isso era inviável, pois, por uma injustiça da Justiça, não podia pleitear nada. O presidente sabe que agora estou em condições, se ele achar que devo ser parte de seu governo, será ótimo, mas se ele achar que não mereço, está tudo bem.