Cidades

Entregadores de aplicativos organizam paralisação geral para 1º de julho

A concentração será no estacionamento do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), às 9h

Correio Braziliense
postado em 15/06/2020 15:30
O ato será nacional e, no Distrito Federal, é coordenado pela Associação de Motoboys, Autônomos e Entregadores do Distrito Federal (AMAE-DF)Os entregadores de comida por aplicativo organizam uma paralisação geral a partir de 1º de julho. O intuito da mobilização é pedir melhores condições de trabalho. O ato será nacional e, no Distrito Federal, é coordenado pela Associação de Motoboys, Autônomos e Entregadores do Distrito Federal (AMAE-DF).

A categoria reúne uma lista de reivindicações. Entre elas estão adicional de periculosidade, distribuição de Equipamentos de Proteção Individual (Epis) e uma legislação específica para os profissionais. De acordo com o conselheiro fiscal da AMAE-DF, Abel Rodrigues dos Santos, desde o início da pandemia do coronavírus, os aplicativos não forneceram nenhum tipo de apoio e muitos precisam tirar dinheiro do bolso para comprar álcool em gel e máscara para evitar se contaminar com a covid-19.

“Hoje, o cliente paga mais, o restaurante paga mais para passar o produto e o entregador ganha a mesma coisa. Isso causa indignação mesmo. Por isso, estamos unidos ao entregadores de outros estados para fazer essa mobilização e ver se conseguimos a atenção dos poderes”, disse Santos.

Segundo um levantamento da AMAE-DF, cerca de 90% dos motoboys têm mais de 30 anos. Um total de 80% têm filhos e mais de 90% têm apenas a profissão de entregador. “São pessoas de família, que se depararam com o desemprego e encontraram no aplicativo a forma de se sustentar, mas não existe nenhum resguardo”, afirma o conselheiro fiscal. “Um dia desses, uma colega caiu e se machucou inteira enquanto trabalhava. Nesse caso, ela tem que se virar, porque não tem nenhuma legislação que a proteja”, ressalta.

Para a  mobilização, a associação conta com o apoio do sindicato de outras categorias e de clientes. “Eles se manifestam em nossa defesa nas redes sociais, mas, muitas vezes, não alcançam tantas pessoas”, disse Santos. Ele conta que a categoria já se reuniu com o governador Ibaneis Rocha (MDB), que teria dito estar aberto às negociações. “Mas a burocracia é grande. A gente quer ter um projeto de lei a nosso favor e, sendo aprovado, que ele sancione logo também. Queremos esse apoio do governador. Não queremos balbúrdia, só os nosso direitos”, afirma.  
 
O Correio entrou em contato com o GDF, mais ainda não teve nenhum retorno. A concentração da paralisação será no estacionamento do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), às 9h, dia 1º de julho. Os manifestantes percorrerão a Esplanada dos Ministérios até o Palácio do Buriti. 
 
Luto
 
Um dos motivos da paralisação da categoria foi a morte de entregadores pelo Brasil. No DF, em 17 de outubro de 2019, um entregador de 25 anos tentou impedir um assalto em uma farmácia em Águas Claras e acabou morto.  Ele foi atingido por uma faca quando tentava conter o criminoso. O colega da vítima, 28, também ficou ferido, mas não teve complicações.
 
 
  
 

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