Cidades

Após acampamento ser desmontado, bolsonaristas querem voltar à Esplanada

Operação desmontou os acampamentos em cumprimento a um conjunto de leis federais e locais, além de decreto do GDF, que proíbe aglomeração

Após terem os acampamentos desmontados, na manhã deste sábado (13/6), em uma operação conjunta entre Secretaria de Segurança Pública e DF Legal, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) avaliam unificar os movimentos pró-governo para retornarem à Esplanada dos Ministérios. A ação deste sábado desocupou as áreas públicas, em cumprimento a um conjunto de leis federais e locais, além de decreto do Governo do Distrito Federal (GDF), que proíbe aglomeração, em virtude da pandemia de covid-19

Segundo Sara Winter, líder de um dos grupos, o "300 do Brasil", o objetivo é retomar os acampamentos. “Vamos entrar numa guerra jurídica com a Secretaria de Segurança do Distrito Federal. Estamos vendo a possibilidade de os acampamentos se juntarem. As lideranças estão analisando. A gente tem algumas pautas diferentes. Mas a militância bolsonarista continua”, afirma.

De acordo com Sara Winter, três grupos distintos estavam acampados na Esplanada até a manhã deste sábado. O "300 do Brasil" se mantinha ao lado do Palácio da Justiça. O segundo, chamado de “QG Rural” e de cunho bolsonaro-ruralista, ficava próximo ao Ministério da Agricultura. Já o terceiro, denominado "Patriotas", estava instalado na Praça dos Três Poderes. Segundo Sara Winter, ao todo, os três grupos somam cerca de 200 pessoas.
 
Em nota, a Secretaria DF Legal informou que "os manifestantes ocupavam área pública, na Esplanada dos Ministérios, o que não é permitido". "Ainda, o Decreto nº 40.509/20, que trata de medidas de enfrentamento à pandemia, proíbe aglomerações com mais de 100 pessoas em eventos que demandem a autorização prévia do GDF", diz trecho do texto.
 
O GDF afirmou, também por meio de nota, que "houve diversas tentativas de negociação para a desocupação da área, mas, infelizmente, não houve acordo". Ainda de acordo com o governo do DF, os acampamentos foram desmontados sem confronto. 

Enquanto nossa reportagem esteve no local, praticamente todos os apoiadores do presidente da República andavam sem máscara. Vale lembrar que, no DF, é proibido circular sem a proteção facial, em espaços públicos, sob pena de multa de até R$ 2 mil para pessoa física e de R$ 4 mil para estabelecimentos. 

As multas são aplicadas desde 18 de maio. No entanto, mesmo com a lei local em vigor, nenhum policial advertiu os militantes pró-bolsonaro a respeito da regra, enquanto a reportagem esteve na Esplanada. O Correio entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública para questionar a postura da Polícia Militar e aguarda retorno.
 
 

Carreata, buzinas e insultos

Por volta das 11h30, já com os acampamentos desinstalados, os militantes bolsonaristas subiram até uma área próxima à Catedral Metropolitana de Brasília, onde cerca de 20 carros, com bandeiras petistas e de símbolos antifascistas, circulavam em carreata de oposição ao presidente da República. Policiais Militares seguiram acompanhando as movimentações. 

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Por, aproximadamente, 30 minutos, manifestantes pró e contra governo se insultaram, com as forças policiais observando para garantir que não houvesse nenhum tipo de conflito físico.

Enquanto os carros passavam, lentamente, pelo retorno em direção à via N1, os bolsonaristas, com uma bandeira do Brasil estendida, xingavam os opositores que ocupavam os veículos. Insultos de todos os lados e palavras de ordem eram ouvidas, junto às buzinas dos carros, que também não cessaram por, pelo menos meia hora. 

Com a dispersão da carreata, o clima esfriou. Os policiais deixaram o local. Em seguida, os bolsonaristas também se dispersaram.