Correio Braziliense
postado em 12/06/2020 20:24
O estudo feito em Brasília, que busca descobrir se a transferência de plasma sanguíneo é capaz de ajudar no tratamento de pacientes com covid-19, começa a fase de testes na próxima semana. O estudo é feito, em parceria, pela Fundação Hemocentro de Brasília, pela Universidade de Brasília (UnB) e pela Secretaria de Saúde.A partir da próxima segunda-feira (15/6), o Hospital Regional da Asa Norte (Hran) vai buscar 200 pessoas para participar da pesquisa. Segundo o chefe da Unidade de Pneumologia do Hran e colaborador da pesquisa na unidade, Paulo Feitosa, a expectativa é de que a aplicação desse plasma funcione bem no organismo dos pacientes infectados pelo coronavírus, o que pode proporcionar a cura da doença.
O procedimento se inicia no Hemocentro, onde é coletada uma bolsa de sangue dos pacientes curados da covid-19 que se enquadram no perfil. Na preparação, é informado o tipo sanguíneo de cada doador, pois a doação do plasma é semelhante à de sangue, em que os tipos sanguíneos precisam ser compatíveis. Após a coleta, é retirado do sangue apenas o soro, em que ficam armazenados o plasma e os anticorpos, que serão aplicados nos pacientes doentes.
De acordo com Paulo, a aplicação do plasma com anticorpos é semelhante a uma transfusão de sangue, tanto que o material é armazenado em uma bolsa coletora. Por isso, o procedimento será realizado pelas equipes do banco de sangue do Hran.
O chefe da Unidade de Pneumologia do Hran explica que cada bolsa de sangue coletado consegue atender mais de um paciente, e que este é um procedimento simples, de baixo risco e com vários estudos embasados neste campo. No entanto, mesmo assim, cada paciente que se propuser a receber a transfusão de plasma assinará um termo de consentimento, que será entregue na hora do procedimento.
A ideia é conseguir realizar a aplicação do plasma em pelo menos 200 pacientes, exceto nos que estão internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os profissionais do Hran envolvidos no estudo científico realizaram capacitações específicas sobre o tema.
Estudo
No Brasil, existem estudos parecidos sendo feitos em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Santa Catarina. No entanto, o que difere do estudo realizado no Distrito Federal é o fato de o plasma ser aplicado em pacientes moderados. Nas outras pesquisas, a aplicação acontece em pacientes graves, internados na UTI.
André Moraes Nicola, médico e professor da Faculdade de Medicina da UnB, explica a hipótese do estudo, que poderá contribuir na diminuição do número de casos que se agravam, reduzindo a evolução para estado grave e, consequentemente, a necessidade de internação em UTI.
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