Cidades

Advogados são alvo de operação da PCDF por fraude em procurações

Acusados teriam lucrado R$ 100 mil com indenizações após processos contra operadora de internet. Documentos utilizados nas ações, no entanto, eram fraudados

Correio Braziliense
postado em 10/06/2020 11:54
Agentes cumpriram quatro mandados de busca e apreensão, no Sudoeste, Gama e TaguatingaA Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (10/6), operação para desarticular uma associação criminosa que fraudava procurações de pessoas para entrar na Justiça contra uma operadora de internet, em busca de indenizações. 

Para isso, os criminosos utilizavam o argumento falso de que os nomes das vítimas teriam sido incluídos em cadastros de negativados, em empresas de análise de crédito, por dívidas com a operadora. De acordo com a PCDF, a associação criminosa, especialista em crimes de estelionato, falsidade ideológica e falsificação de documentos, teria faturado cerca de R$ 100 mil reais com as fraudes. 

Na operação, batizada de Patrono, agentes da Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf) cumpriram quatro mandados de busca e apreensão, no Sudoeste, Gama e Taguatinga. A ação foi acompanhada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), em função dos dois alvos serem advogados.

Farsa e lucro

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Durante as investigações, os policiais apuraram que, desde 2018, um dos advogados atuava no esquema. Ele contratava pessoas para realizarem pesquisas de mercado. Os entrevistados recebiam R$ 20 para responderem aos questionamentos. Durante o procedimento, no entanto, informações de documentos pessoais eram colhidas e copiadas. 

Segundo a PCDF, o mesmo advogado também utilizava um quiosque, em um shopping de grande circulação em Brasília, para aplicar os golpes. Ele atraía as vítimas sob a promessa de que elas participariam de um sorteio de produtos, via Instagram. Com isso, o advogado também obtinha dados pessoais e cópias de documentos dos “participantes”.

As informações, então, eram utilizadas para falsificar procurações, comprovantes de residência e contratos de internet, usados para entrar com 32 ações judiciais junto a diversos Juizados Especiais do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), por indenizações, contra a operadora de internet fixa, sob o falso argumento de que os nomes das vítimas constavam como negativados, em cadastros de empresas de análise de crédito.

Diante disso, um segundo advogado, então estagiário do escritório de advocacia que representava a operadora de internet, também atuava no processo fraudulento. De acordo com a PCDF, ele era responsável por propor acordos extrajudiciais referentes às ações, contrariando a prestadora do serviço de conexão. Com isso, o advogado que entrava com as ações aceitava as propostas. O valor proposto em cada acordo, normalmente, era de R$ 3.500. 


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