Os investigadores da 20ª Delegacia de Polícia (Gama) finalizaram o inquérito que apura o abuso sexual de 12 jovens, com idades entre 14 e 21 anos. Os rapazes fazem parte de um grupo de oração de igreja católica no Gama e apontam o líder espiritual, de 30 anos, como autor dos assédios.
De acordo com o delegado Renato Martins, responsável pela investigação, o resultado da apuração será divulgado na tarde desta terça-feira (9/6), em coletiva, logo mais às 16h.
Todas vítimas eram do sexo masculino e teriam sofrido as violações fora da igreja, em reuniões denominadas de os “cuecas”. “Todos os relatos dão conta que os abusos ocorreram fora, em reuniões que eram marcadas alheias à igreja. Isso acontecia em retiros e casas de alguns dos membros e, segundo as vítimas, os abusos aconteciam após essas reuniões", detalhou o delegado à época da descoberta dos crimes, há cerca de duas semanas.
Os abusos vieram à tona após uma live da banda do acusado, na qual, durante a apresentação, um espectador o apontou como autor dos crimes. Logo o assunto tomou conta da comunidade religiosa.
O delegado explica que, como forma de contornar a situação, o homem teria chamado as vítimas para se desculpar. Ele compareceu à delegacia em 18 de maio, acompanhado do advogado, e exerceu o direito de permanecer calado, não respondendo a nenhum dos questionamentos dos agentes.
Como não houve flagrante, o homem aguarda o resultado da investigação em liberdade, mas poderá ser preso, eventualmente, a qualquer momento, segundo o delegado.
A Arquidiocese de Brasília divulgou uma nota sobre o caso.Confira na íntegra:
NOTA DE ESCLARECIMENTO DA ARQUIDIOCESE DE BRASÍLIA EM NOME DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA .
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A Arquidiocese de Brasília lamenta com grande pesar os fatos noticiados acerca da acusação de abusos atribuída ao Sr. Elithon Carlito Silva Pereira, conhecido como “Tom”, contra integrantes da comunidade católica da Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, no Gama.
Os fatos estão sendo investigados pelas autoridades competentes. A Paróquia Nossa Senhora da Aparecida e o seu Pároco não têm qualquer relação com os crimes apontados e o acusado não tem relação jurídica com a Paróquia. O próprio Pároco, uma vez tomando conhecimento da acusação, conduziu o Sr. Elithon a 20° Delegacia de Polícia do Gama.
Para contribuir com as autoridades na apuração de fatos de tamanha gravidade, o Pároco já esteve na 20° Delegacia do Gama e apresentou todas as informações que tinha a seu alcance e que possam auxiliar o trabalho de investigação, assim como se colocou à inteira disposição para contribuir no que for necessário.
A Arquidiocese de Brasília esclarece não ter recebido denúncia a respeito dos fatos divulgados e espera a sua rigorosa apuração para a pronta realização da justiça.
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Setor de Comunicação da Arquidiocese de Brasília