David Nogueira,
assessor especial da Secretaria de Educação e coordenador do programa Escola em Casa DF
O ensino não presencial é o melhor modelo para não deixar o ano letivo parado?
Sim. Nós ouvimos a comunidade, elaboramos um plano depois de mais de 1,3 mil sugestões e consideramos que ele vai conseguir suprir as necessidades do momento e deixar um legado para a secretaria. É um planejamento adequado para o contexto atual e que pensa a longo prazo, para além do período de pandemia, com desdobramentos para os próximos três ou quatro anos.
O modelo vai conseguir garantir a educação a todos os alunos da rede?
Todos os alunos serão incluídos. A primeira alternativa para quem não dispõe de computador ou celular é a entrega de material impresso. Também temos as aulas transmitidas pela televisão e deixamos que cada unidade escolar, analisando as peculiaridades, possa traçar mais alternativas.
Como levar esse ensino para os alunos com deficiências intelectuais?
Nosso governo criou uma subsecretaria específica só para atender a esses estudantes com deficiências. Aqueles que estão em turmas de inclusão, o professor regente vai entrar em contato com a pessoa que o auxilia para atividades específicas. Para aqueles de escolas especiais, temos um plano específico para a volta, levando em consideração cada particularidade.
Os professores vão receber orientações, cursos e preparações?
Sim. O retorno começa segunda-feira. Normalmente, nos retornos, temos uma semana pedagógica para traçar as orientações do período. Nesse momento, estruturamos essa ação com duas semanas, pois é um retorno diferente, não é pós-férias, é de um cenário de pandemia. Então, vamos acolher primeiro e iniciar formações em seguida.
Quais possibilidades de ferramentas para se trabalhar neste período?
Temos o Google Sala de Aula como a principal plataforma, disponível gratuitamente, mas o professor é quem promove o conteúdo. Haverá uma formação específica para pensar nas atividades e ferramentas, e os educadores vão poder adaptar as dinâmicas às realidades locais. A Secretaria de Educação convive com uma realidade muito ampla, temos cidades com características diferentes, temos a zona rural. Então, cada unidade vai traçar metodologias específicas. Hoje em dia, usa-se muito o próprio WhatsApp como forma de comunicação, que é um exemplo bem acessível. O que colocamos como padrão são as atividades entregues na plataforma Google ou de forma impressa, para aferir a frequência dos estudantes.