Correio Braziliense
postado em 07/06/2020 10:36
Com medo do coronavírus, os manifestantes que protestam pela democracia na Esplanada dos Ministérios na manhã deste domingo (7/6) usam máscaras, mas se aglomeram.
Dulce Rocha, 63 anos, diz que teme o coronavírus, mas tem mais medo de situações antidemocráticas no país. "Se é pra morrer, morremos de pé. Não acho que seria bom ficar em casa só observando todos os absurdos que estamos vendo, como os pedidos por ações que atacam a democracia e a história que construímos", afirmou a aposentada.
O empresário Jeferson Veloso, 34, chama problemas sociais do Brasil de vírus. "Temos a covid-19, mas o racismo e a violência contra os negros, que são alimentados por esse governo, para mim são os piores vírus que temos", avaliou.
A população que participa do ato também chegou a erguer bandeiras do Brasil. "Nosso movimento está acontecendo na pandemia porque não dá mais para aceitar o que está acontecendo. A gente quer um país melhor, a gente quer ofuscar essas manifestações que pedem o AI-5 e coisas e motivos totalmente esdrúxulos. Como é que a gente pode aceitar na capital do Brasil o pessoal fazer tocha imitando evento nazista? Tá errado!", disse Pedro, um dos organizadores, que não quis dar mais identificações.
Também há solidariedade e empatia. Enzo Santos, 17, distribui álcool em gel e orienta para o distanciamento. "Estou fazendo isso porque me preocupo com o povo, com a periferia, que é quem mais sofre por causa do vírus e das atitudes de combate falhas do governo", opinou o estudante.
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