Reinvenção na pandemia
“A situação de pandemia impôs, a muitas pessoas, estarem em casa, restritas das atividades cotidianas. Agora, elas têm lidado mais com o tédio, ansiedade e angústia. No início, as orientações são que elas busquem fazer algo que goste, mas eu discordo de dicas prontas. É um momento para descobrir algo novo. Uma queixa muito comum no consultório são as pessoas dizendo ‘queria fazer’, ‘já pensei sobre fazer aqui’, mas as limitações do tempo de trabalho e estudo trazia ausência do tempo.
Tem que aproveitar esse tempo agora, os benefícios que ele traz, e não deixar que essa fala de ‘faça algo novo’ gere mais ansiedade. A pessoa precisa respeitar esses processos de desenvolver novas habilidades. Tenho uma paciente que comprou uma máquina de costura e descobriu que odeia costurar. Começar algo novo é isso, entender o que se conecta ou não. Não ter pressão de que eu tenho que fazer.
Procure algo que te deixe mais tranquilo e não torne as metas complexas. A pessoa decide fazer ioga 40 minutos por dia. Se a motivação inicial não for intensa, sem dúvida, gera fadiga. Tenha metas mais realistas, curtas e dentro do tempo que tem. A intenção é dar prazer. Não insista em algo que não é prazeroso.
Um bom exemplo são boas memórias. Nossa mente adora se reconectar com memórias boas, uma viagem, falar com amigos. Essas atividades liberam serotonina. É um bom momento para trazer recordações positivas, seja por meio de videochamadas, seja por fotos e vídeos. Trazer boas recordações distrai.