Correio Braziliense
postado em 05/06/2020 23:23
Equipes de fiscalização da Secretaria de Meio Ambiente de Goiás (Semad) multaram em mais de R$ 300 mil, nesta sexta-feira (5/6), proprietários que praticaram desmatamento ilegal em mais mil hectares no Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga, na região da Chapada dos Veadeiros, em Cavalcante (GO). Na propriedade também foi embargadas cerca de 300 toneladas de calcários. O material seria utilizado para preparar o solo para o plantio de soja, segundo técnicos que acompanharam o trabalho.
Aproximadamente 530 hectares de mata virgem foram destruídos por tratores e correntões e outros desmatamentos. A equipe também visitou outras áreas que possam ter sido desmatadas. “Em pouco tempo, um local absolutamente preservado, virgem, que a natureza construiu durante milhões de anos, foi destruído de forma covarde”, diz a secretária da Semad, Andréa Vulcanis.
Com apoio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), o Governo de Goiás deflagrou operação nesta terça-feira (2/6) no território kalunga, no município de Cavalcante. O desmatamento de quase mil hectares foi identificado em propriedades que ainda não foram desapropriadas, mas que estão dentro do território quilombola, e parte na Área de Proteção Ambiental (APA) de Pouso Alto, sob gestão estadual.
A secretária Andréa Vulcanis foi pessoalmente à região para acompanhar os trabalhos a pedido do governador Ronaldo Caiado, que determinou ações enérgicas no caso. “Foi uma ação que utilizou tratores e correntões, que arrasou uma área enorme e biodiversidade. Em pouco tempo, um local absolutamente preservado, virgem, que a natureza construiu durante milhões de anos, foi destruído de forma covarde”, lamentou a secretária.
As equipes também visitaram uma propriedade vizinha, onde tratores foram desembarcados recentemente e, acredita-se, poderia realizar desmatamento semelhante no território kalunga. A região, embora esteja ligada à gestão do governo federal, tem atuação também estadual no que diz respeito à proteção do meio ambiente.
Segundo Andréa, o governo busca soluções no monitoramento ambiental em Goiás. “Estamos buscando uma parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG) para o estabelecimento de um algoritmo de detecção de áreas que estão sendo desmatadas”, explica.
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