A Associação Parque Ecológico das Sucupiras (Apes) elaborou documento com objetivo de auxiliar respostas para consulta pública para o Plano de Manejo do Parque Ecológico das Sucupiras em forma virtual, realizada pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram), que se encerra nesta sexta-feira (5/6). O documento foi pensado pelo presidente da Apes, Fernando Lopes, com a proposta de que a comunidade apresente a importância do parque e exponha opinião sobre construção civil no local. Segundo a associação, o parque está ameaçado e pode ser descaracterizado.
“Elaboramos o texto em conjunto com especialistas, botânicos, biólogos, entre outros. O objetivo é além de participar da consulta pública, pensarmos o que queremos para o parque. Quando a gente diz que é contra as propostas do Ibram, as pessoas perguntam se temos um projeto. Nós não temos a capacidade de elaborar um planejamento rebuscado, mas sim de dizer o que nós queremos. O parque não deve ser reduzido a um monte de equipamentos. Estamos há 20 anos tentando defender o Cerrado e vamos continuar na luta”, defende Lopes.
Saiba Mais
Mas, de acordo com a associação, o Ibram começou a construção de uma cerca em torno do parque sem que houvesse consulta pública antes das intervenções na área, como prevê a legislação. Além disso, a consulta teve início durante o período da pandemia pelo novo coronavírus, o que impossibilita reunião presencial e participação ativa da população.
No documento, os manifestantes alegam que o local reserva vegetação do Cerrado e possui grande diversidade biológica. Também lamentam cercamento do espaço e condições em que a consulta foi encaminhada, em plena fase de apreensão suscitada pela pandemia. “O Ibram concedeu prazo exíguo, de apenas 2 semanas e sem disponibilizar modos de efetiva participação da comunidade, como ordena a legislação”, reclamam em documento.
A uso do espaço como ambiente de entretenimento ou atividades esportivas foi criticado devido à localização da reserva, ao lado do Memorial JK e da Praça do Cruzeiro, próximo à Catedral Militar Rainha da Paz. “Por sua localização nobre, no Eixo Monumental, deve priorizar o turismo cívico, a consideração por nosso patrimônio, o respeito à história e ao meio ambiente nativo”, explica o texto.
A sugestão é de que as áreas consideradas “degradadas” do Parque das Sucupiras, principalmente próximas à Quadra 500, sejam usadas para o desenvolvimento de programas de educação ambiental. “Tais áreas não devem ser usadas para a instalação de equipamentos poliesportivos e destinados ao comércio de alimentos, pois seriam prejudiciais às atividades sugeridas”, acrescenta o texto.
Confira as principais sugestões para instalações no parque:
- Centro de Visitantes onde as pessoas possam ter informações sobre a área e as atividades permitidas no seu interior. Ele pode abrigar um pequeno Memorial, com informações sobre o bioma Cerrado e a história do parque.
- Lanchonete
-Galeria de Artes
- Viveiro de mudas
-Trilhas de caminhada
- Caramanchões e bancos
- Anfiteatro.
- Não instalação de iluminação ostensiva para não perturbar a presença de animais noturnos, ou perturbar e desvalorizar a observação, por visitantes, do céu, do pôr do sol, da noite e do luar.