Cidades

181 mortes em três meses

Em 5 de março, a capital registrava o primeiro diagnóstico do novo coronavírus. Hoje, são quase 13 mil infectados. Ontem o Distrito Federal registrou 903 confirmações da covid-19, maior número de infecções em 24 horas



O Distrito Federal completa hoje três meses do primeiro caso confirmado do novo coronavírus. Desde o início da pandemia, a curva de crescimento de diagnósticos e a quantidade de mortos cresce diariamente. Ontem, a Secretaria de Saúde contabilizou 903 novos infectados, maior quantidade de registros em um dia, e cinco óbitos provocados pela doença. Agora, são 12.923 infectados e 181 vítimas da covid-19 na capital.

Nesta semana, 33 pessoas morreram devido ao coronavírus no DF, média de, aproximadamente, seis óbitos por dia. Além disso, a Secretaria de Saúde registrou a morte de 15 pessoas de outras unidades da federação que faleceram em hospitais da capital. Atualmente, o DF tem 5.811 casos ativos da doença, com 6.916 pacientes recuperados. Há 73 pessoas em estado grave. Ceilândia, com 1.507 diagnosticados, é a região administrativa de maior incidência da doença. Em seguida, aparecem Plano Piloto (1.142) e Taguatinga (879).

Apesar do crescimento da pandemia no DF, quem se recupera da doença tem motivos para comemorar. O aposentado Ângelo José de Oliveira, 92 anos, passou 19 dias internado na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Daher, no Lago Sul, e venceu a covid-19. Na quarta-feira, em clima de comemoração, ele deixou a unidade de saúde e voltou para casa.
Ângelo tem comorbidades — outras enfermidades que agravam os sintomas da covid-19 — como doença de chagas, renais e pulmonar crônica, entretanto, resistiu ao coronavírus. Ele deu entrada em 14 de maio no Hospital Regional de Santa Maria, e, no dia seguinte, seguiu para a unidade do Lago Sul.

Incidência

Além de estar à frente no número de casos, Ceilândia tem a maior quantidade de mortos pela doença: 39. Devido à incidência, a região ganhará um hospital de campanha, em até 60 dias, e uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), até dezembro. Além disso, ontem, representantes da Secretaria de Saúde começaram a trabalhar em um gabinete de crise na cidade. A ideia é acompanhar o trabalho dos profissionais da área e cobrar agilidade no atendimento à população.
O secretário de Saúde, Francisco Araújo, permanecerá no gabinete, até 10 de junho, para implementar um novo fluxo de atendimento para pacientes com a covid-19. A expectativa é de que mais 70 leitos sejam inaugurados no hospital da cidade. Além disso, ontem, o vice-governador, Paco Britto (Avante), esteve na região e informou que o lockdown, embora seja uma medida extrema, não está descartado.

Normas

A Câmara Legislativa promulgou leis para combater a disseminação do novo coronavírus. Elas haviam sido aprovadas em abril, entretanto, o Executivo as vetou, e elas voltaram a ser apreciadas no Plenário da Casa. Algumas das normas incluídas estavam previstas por meio de decretos do GDF, como as medidas de isolamento e quarentena. As novas regras, de autoria do deputado distrital Rodrigo Delmasso (Republicanos), determinam que viajantes de origem internacional devem fazer um “juramento sanitário”, informando sobre o estado de saúde. Também permitem, ao Executivo local, a restrição de entrada por rodovias e pelo aeroporto.


Ceilândia ainda sem Hospital de Campanha

O Hospital de Campanha de Ceilândia, prometido há 26 dias pelo Executivo local, segue sem data prevista para inauguração. A unidade será construída na QNN 27, em um terreno ao lado a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da cidade, e terá 60 leitos, sendo 40 de enfermaria e 20 de unidade de terapia intensiva (UTI). Em nota oficial, a Secretaria de Saúde informou que não há como estabelecer um prazo de entrega da estrutura, tendo em vista que “há muitos processos até a conclusão da obra”. Ceilândia lidera o número de casos e de mortes no Distrito Federal.



Ibaneis passa mais um dia em hospital
O governador Ibaneis Rocha (MDB) ficou internado ontem no Hospital DF Star, na Asa Sul. De acordo com a assessoria do chefe do Buriti, não há previsão de alta. Ibaneis voltou à unidade de saúde na quarta-feira por orientação médica para uma revisão da cirurgia feita na última semana no aparelho digestivo. Apesar do retorno, os médicos garantem que o estado de saúde do governador é estável. Ibaneis fez exames de rotina e deve permanecer no hospital para maior proximidade com os médicos, agilidade na realização de exames e suporte necessário, além de manutenção da alimentação indicada pela equipe. Ele chegou a sentir dores na quarta-feira, mas, segundo os médicos, não é grave. O governador fez uma cirurgia para fechar uma lesão causada por um osso de galinha no intestino. Segundo a assessoria, ele segue despachando do hospital normalmente e recebendo dados referentes à pandemia da covid-19 no DF.