O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) determinou o prazo de cinco dias para que a secretaria de Saúde e o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF) explicassem a possível compra de 300 respiradores. Segundo o órgão, no portal “Juntos contra o Coronavírus”, que registra as informações sobre os gastos relacionados com o enfrentamento da covid-19, não constava os dados do custo estimativo destas contratações, nem dos projetos básicos, restando ao Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) apenas a publicação dos extratos de avisos de abertura de dispensa de licitação. O Iges informou não ter recebido a notificação até momento.
Defesa
O advogado do médico apontado pela investigação como mediador das fraudes, Cléber Lopes, informou ao Correio que irá processar o Estado pelas acusações levando em consideração que, segundo ele, a compra alvo de investigação nunca ocorreu.
“Ontem, quando cheguei à Delegacia para acompanhar o depoimento, fui tomado por um sentimento de perplexidade, pois não encontrei no inquérito qualquer registro de desvio dos sobreditos respiradores, como também não encontrei nenhum depoimento dando conta desses desvios. Por outro lado, a Polícia Civil não encontrou nas buscas realizadas qualquer aparelho respirador”, explicou.
De acordo com a defesa de Fabiano Duarte, a acusação falsa ganhou credibilidade por conta de um evento do passado. O médico chegou a ser preso em 2016, durante a investigação Mr. Hyde, que apurava a existência de uma máfia de órteses e próteses na capital federal. Na época, havia a suspeita de que ele tivesse destruído documentos importantes para a investigação. Fabiano, no entanto, foi absolvido das acusações por falta de provas.