Cidades

Preso dono de lava-jato que liderava arrombamentos de cofres bancários

José Carlos Lacerda Estevam Leite, conhecido como Carlinhos Paraíba, se entregou à polícia de Valparaíso de Goiás. Ele era líder de uma quadrilha que realizava arrombamentos de cofres bancários

Correio Braziliense
postado em 03/06/2020 15:35
José Carlos Lacerda Estevam Leite era considerado foragidoO empresário José Carlos Lacerda Estevam Leite, conhecido como Carlinhos Paraíba, 40 anos, procurado por liderar uma quadrilha especializada em arrombamentos de cofres bancários, está preso. O acusado se entregou na noite de terça-feira (2/6) à Polícia Civil de Goiás (PCGO), no município de Valparaíso. A Coordenação de Repressão a Crimes Patrimoniais (Corpatri) representou à Justiça pelo recambiamento do suspeito para o Distrito Federal.

Carlinhos Paraíba tinha um mandado de prisão em aberto na capital federal por organização criminosa e lavagem de dinheiro. Em Goiás, também era procurado pelo arrombamento da agência bancária do Banco do Brasil, realizado na Rua 15 de dezembro, no centro de Anápolis. O caso ocorreu em 26 de abril e o grupo fugiu com quase R$ 1 milhão. 

Com a ajuda de advogados, o acusado concordou em se entregar à PCGO, onde responde por furto qualificado. A Justiça ainda não decidiu se Carlinhos será transferido para o Distrito Federal. O empresário também é indicado como o coordenador de roubos e furtos a bancos na Bahia, Manaus e Santa Catarina. 

Segundo o delegado André Leite, chefe da Corpatri, a atuação de Carlinhos Paraíba foi descoberta após a unidade especializada ser acionada pela Central de Segurança do Banco do Brasil, localizada no Distrito Federal — e que realiza o monitoramento de todas as agências nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. 

“A desconfiança de que se tratava de um grupo organizado surgiu
da central do banco. Eles analisaram que todos os crimes tinham ocorrido nos plantões dos mesmos servidores e decidiram procurar a Corpatri. Assim, iniciamos a investigação de cinco funcionários terceirizados do banco, responsáveis pela central de videomonitoramento e alarmes das agências. Descobrimos que dois deles faziam parte de uma organização criminosa que já tinha atuado em pelo menos mais três sinistros.”, explica. 

Saiba Mais

Após a prisão do quinteto, os investigadores conseguiram identificar que não se tratava de um grupo isolado. “Conseguimos informações sobre todo o esquema, que era liderado pelo acusado. Ele captava os funcionários terceirizados do Banco do Brasil e, depois, acionava os arrombadores de Joinville (SC) para realizar a ação”, acrescenta. 

Apesar de todo o centro da organização criminosa estar em Brasília, onde Carlinhos Paraíba reside, nenhum dos furtos e roubos ocorreram na capital. O delegado informa que o suspeito já havia sido preso anteriormente pela PCDF por furto a banco. “Ele apenas tirou o foco de atuação do Distrito Federal. No entanto, usava o lava-jato em Águas Claras para, literalmente, lavar o dinheiro das empreitadas criminosas. Isso mostra que ele tentava se esquivar de uma eventual investigação da PCDF, mas foi alcançado”, frisa André Leite. 

A Corpatri conseguiu identificar e autuar quatro integrantes da quadrilha por organização criminosa: o líder, Carlinhos Paraíba; dois funcionários terceirizados do Banco do Brasil; e um morador de Balneário Camboriú, município de Santa Catarina.

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