No período em que o frio fica mais intenso no Distrito Federal, os animais do zoológico de Brasília também precisam de atenção especial para suportar as baixas temperaturas sentidas neste período. Nesta época, os animais precisam de tratamentos diferenciados. Aves e mamíferos recebem cama de feno, material que retém calor e mantém os animais aquecidos; filhotes e primatas ganham cobertores; e novas casas construídas com madeira podem ser utilizadas como abrigo pelos bichinhos.
De acordo com o biólogo e diretor de répteis, anfíbios e artrópodes do Zoológico de Brasília, Carlos Eduardo Nóbrega, os répteis e os artrópodes são os que mais precisam de intervenções neste período. Os répteis são os que mais sentem na época do frio. Classificados como exotérmicos, esses animais dependem de alguma fonte de energia para que o metabolismo não seja afetado pelas baixas temperaturas. “Nós disponibilizamos aquecedores para que eles consigam manter a temperatura ideal e possam realizar suas atividades normalmente. Também fazemos tocas artificiais para abrigá-los e ajudá-los a reter calor”, explica.
Além do equipamento elétrico, a equipe técnica do Zoológico de Brasília disponibiliza feno, cobertores e até alimentação especial, com uma dieta mais calórica durante o frio. No entanto, não é assim para todos os animais do Zoo. Grandes felinos, por exemplo, toleram melhor as baixas temperaturas e são mais adaptados para esse período natural de inverno.
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Com o frio, as aves tendem a diminuir a imunidade e, por isso, ficam mais suscetíveis a ficarem doentes. A equipe da Diretoria de Aves adota algumas estratégias para que o frio não atinja as aves mais sensíveis. “A gente coloca barreiras de bambu para cortar o vento naqueles recintos que são menos arborizados, disponibilizamos ninhos e montamos camas de feno tanto nos abrigos quanto no chão. Fazemos essas alterações no recinto para torná-lo um ambiente quentinho e agradável”, defende a diretora de Aves, Ana Cristina de Castro.
Já os mamíferos são animais endotérmicos – ao contrário dos répteis –, ou seja, controlam a própria temperatura e, para isso, gastam mais energia corporal. O biólogo e assessor de mamíferos, Mateus de Sousa, explica que complementos na alimentação ajudam na reposição energética das espécies, mas que os animais contam também com outras fontes de calor. “As dietas passam por uma pequena modificação, mas a gente disponibiliza também cobertores e feno para que eles permaneçam aquecidos durante o frio”.