O primeiro voluntário para a pesquisa com plasma no Distrito Federal vai doar sangue amanhã (2/6). O estudo é feito pela Universidade de Brasília (UnB), a Fundação Hemocentro de Brasília e a Secretaria de Saúde e busca descobrir se a transferência de plasma sanguíneo é capaz de ajudar no tratamento de pacientes com covid-19.
O estudo estava aguardando aprovação na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), ligada ao Conselho Nacional de Saúde (CNS) do Ministério da Saúde. A aprovação pelo conselho veio na semana passada, quando os pesquisadores já começaram a selecionar os candidatos a doação de sangue.
A pesquisa vai acompanhar a progressão da doença em 200 pessoas, metade delas vai receber o plasma de pessoas recuperadas de coronavírus. O plasma é a parte do sangue que guarda os anticorpos, para diversas viroses esse método ajuda na recuperação da enfermidade, o estudo busca verificar se o mesmo acontece com a covid-19.
Outro objetivo do estudo é usar o plasma dos recuperados para a criação de um remédio para coronavírus, mas isso aconteceria a longo prazo. “A ideia geral da terapia com plasma é tirar a resposta imune de uma pessoa que sobreviveu à doença e transferir isso para outra. No laboratório, a gente consegue produzir esses anticorpos em larga escala e criar um novo fármaco com base nisso”, explicou o médico e professor de imunologia na Faculdade de Medicina da UnB André Moraes Nicola.
O professor agradeceu ainda a todas as pessoas que foram voluntárias para o estudo e às instituições que estão apoiando a pesquisa. "Estamos bastante ansiosos para começar o tratamento experimental para possivelmente ajudarmos os pacientes sofrendo com covid-19 e os profissionais de saúde cuidando deles."
Segundo o Hemocentro, para ser doar plasma sanguíneo para a pesquisa, além de já ter se recuperado do coronavírus, é preciso:
- Ter entre 18 e 60 anos de idade;
- Pesar no mínimo 60kg;
- Se mulher, não ter histórico de gestações;
- Ter diagnóstico laboratorial confirmado de infecção por Sars-Cov-2;
- Estar sem sintomas de covid-19 há pelo menos 15 dias;
- Não ter tido manifestações graves em função da covid-19 (choque séptico, parada cardíaca e/ou entubação traqueal/respiratória).
* Estagiário sob supervisão de Mariana Niederauer