No primeiro fim de semana após o decreto que autorizou a reabertura de shoppings na capital federal, lojistas relatam consumo em baixa. Foram registrados diversos pontos de filas, mas as compras deixaram a desejar. Ontem, o Correio percorreu os principais centros comerciais da cidade e registrou pouco movimento. No ParkShopping e no Conjunto Nacional, comerciantes apontaram queda de fluxo e perceberam a diferença no consumo em comparação com a primeira semana de reabertura.
Vendedora de uma loja de maquiagens, Joyce Mendes, 23 anos, supõe que o movimento tímido esteja relacionado ao receio da população, que pode pressupor que os shoppings estariam lotados. “Eu acho que as pessoas imaginam assim: ‘não vou durante o fim de semana porque vai estar cheio’. Então, todo mundo vem durante a semana”, imagina.
Para ela, o movimento será maior nos próximos dias. “Acredito que quem não veio porque achou que esta semana seria muito cheia comece a vir nas próximas”, espera. O ritmo foi tranquilo na loja de sapatos onde Miliam Lima, 23, trabalha. A funcionária relatou que, durante a tarde de ontem, o movimento foi baixo e com poucos clientes. “Ficou parado, mas, durante a semana, foi cheio”, conta.
A mesma impressão é compartilhada por Rafael Oliveira, 24, comerciante de uma loja de maquiagem. “No dia em que abrimos, chegamos a vender uma quantidade alta de produtos. Acho que as pessoas estavam muito ansiosas por esse momento”, aponta. Até o fim da semana, porém, o lojista percebeu que a presença de clientes diminuiu. De acordo com Marcelo Martins, diretor regional da Multiplan, rede responsável pelo ParkShopping, o movimento correspondeu a cerca de 50% da circulação de um fim de semana anterior à pandemia.
“Além disso, pudemos constatar que o comportamento dos clientes mudou e, desde a reabertura, o tempo de permanência dentro do shopping tem sido menor. As pessoas vão ao centro de compras para resolver necessidades mais urgentes e, feito isso, vão embora”, explicou em nota. A diminuição do movimento no fim de semana não foi registrada em todos os estabelecimentos. De acordo com a assessoria de imprensa do Brasília Shopping, por lá, o fluxo se manteve constante: desde a abertura foram registradas cerca de 3 mil pessoas por dia no local, cerca de 10% do que era antes da pandemia.
Compras
O retorno desse segmento do comércio era aguardado com expectativa pelos clientes. Satisfeitos, muitos relataram que o retorno é uma maneira de enfrentar a pandemia de forma mais positiva. Há três meses em casa, Elia Alves, 58, comemorou a volta das atividades. “É a primeira vez que estou vindo após a autorização de reabertura e estou gostando. Vim para matar a saudade, lanchar com a família e olhar as lojas. Espero voltar mais vezes”, planeja.