Em meio às discussões sobre o uso da hidroxicloroquina no tratamento da covid-19, o epidemiologista e professor do departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB) Jonas Brant, afirmou em entrevista ao programa CB.Poder, parceria da TV Brasília e do Correio, que o uso da medicação era pra ser algo temporário e que fez parte de uma estratégia de testes contra a doença. “Como a gente não tem uma medicação efetiva para a covid, a estratégia foi, bom, vamos buscar todas as drogas que nós já conhecemos, já conhecemos os efeitos colaterais dela e vamos testar e ver se ela é efetiva com a covid”, disse o professor.
No entanto, segundo ele, o que aconteceu foi que, em vez de continuar os testes com vários outros remédios, o tratamento parou com o primeiro. “A gente encostou na primeira delas que foi a hidroxicloroquina, que já tem vários artigos mostrando que ela não tem contribuição, então vamos passar pras próximas. Nós estamos parados na primeira ainda. A gente tem que testar dezenas delas até poder encontrar uma que possa contribuir no tratamento”, afirmou.
O tempo gasto nas discussões acerca do uso de um medicamento que já mostrou não ser eficaz é criticado pelo epidemiologista. “Nós estamos gastando tempo e energia que deveria ser dedicada a discutir o que o governo está fazendo de medida social, o que o governo está fazendo pra fortalecer a vigilância sanitária, a vigilância epidemiológica e a gente está gastando discutindo a droga que já se provou que não tem eficácia. Então, vamos buscar uma outra droga e vamos tentar continuar nessa busca por um tratamento efetivo que possa salvar a vida das pessoas que estão na UTI nesse momento”, defendeu.
Confira a íntegra da entrevista:
*Estagiária sob supervisão de Fernando Jordão
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.