Cidades

Covid-19: Hospital de campanha tem boas condições, mas não está completo

Comissão formada por integrantes de vários órgãos ligados à saúde realizou inspeção na estrutura montada no Estádio Nacional Mané Garrincha nesta terça-feira (26/5)

Correio Braziliense
postado em 26/05/2020 12:42
Vistoria no hospital de campanha instalado no Estádio Nacional Mané Garrincha reuniu representantes da saúdeUma equipe formada por integrantes de diversas entidades ligadas à saúde participou de vistoria no hospital de campanha instalado no Estádio Nacional Mané Garrincha na manhã desta terça-feira (26/5). Um relatório com o diagnóstico completo da estrutura será produzido pela comissão, mas a análise preliminar indica que, apesar da qualidade dos equipamentos, a unidade voltada para o combate à covid-19 ainda não funciona plenamente.  

Participaram da visita integrantes do Conselho Regional de Enfermagem do DF, do Sindicato dos Enfermeiros, da Comissa%u0303o de Sau%u0301de, da Ordem dos Advogados do Brasil no DF, da Associação Brasileira de Enfermagem, do Conselho de Sau%u0301de do DF e da Comissa%u0303o de Direitos Humanos da Ca%u0302mara Legislativa.

“O que percebemos é que a capacidade do hospital é de 173 leitos de enfermaria e de 20 unidades de suporte avançado, mas só estão conseguindo usar esses 20 leitos avançados e é importante observar que eles não são credenciados como UTI porque não têm hemodiálise e alguns equipamentos e oferta de especialidades necessários para isso”, afirma a presidente do Sindicato dos Enfermeiros do DF, Dayse Amarílio.

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Outra preocupação é o fato de a unidade só receber pacientes oriundos do Hospital Regional da Asa Norte (HRan). “Nos preocupa também que o fluxo seja só com pacientes do HRan, porque outras regiões, como Ceilândia, também têm pacientes que precisam desse tipo de atendimento”, acrescenta Dayse. 

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa, deputado distrital Fábio Felix, avalia que o hospital tem condições adequadas para uma estrutura provisória, mas não está completo. “Ele está ainda em estruturação. Não tem tudo o que foi contratado pela Secretaria de Saúde para o atendimento. E uma fragilidade é que todos os fluxos e profissionais são novos e vai precisar ocorrer uma adequação”, observa. 

Relatos

O Correio recebeuque alegam não haver alguns insumos e instrumentos de trabalho, como balas de oxigênio, reagentes para o gasômetro, que verifica a quantidade de oxigênio no sangue do paciente, e itens para casos de parada cardiorrespiratória. “Falta comunicação e não para de chegar paciente. Na última sexta-feira foram dez, entre eles três graves e três leves. Tivemos que pedir uma bala de oxigênio para a ambulância do HRAN. Diante da situação, três servidores pediram demissão", descreve um servidor que pediu para não ser identificado. 

Procurada, a Secretaria de Saúde (SES-DF) garante que a informação de falta de equipamentos não procede. “A unidade conta com quantidade suficiente de todos os itens mencionados (desfibriladores, kit de intubação e máscaras). O hospital também possui rede de gases e balas de oxigênio para todas as necessidades”, pontua. Sobre a demissão de funcionários, a pasta confirma que apenas um colaborador pediu desligamento, mas “já foi substituído no mesmo plantão, sem afetar o atendimento”. 

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