Cidades

Coronavírus: setor produtivo repudia atos que estimulam aglomerações no DF

A categoria ressaltou que aceita as condições de cautela da abertura do comércio, indústria e serviços, mas não concorda com a realização de movimentos que coloquem em risco a sociedade em meio à pandemia

O setor produtivo divulgou um manifesto em repúdio aos protestos civis com participação de grande quantidade de pessoas, como o que ocorreu na manhã de domingo (24/5), na Esplanada dos Ministérios. Para a categoria, a legislação rigorosa sancionada pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), para evitar aglomerações e a circulação desnecessária da população, assim como para garantir a abertura lenta e gradativa do comércio, ajuda a combater o coronavírus e evita a quebra da economia. No entanto, essas manifestações vão na contramão de todo o esforço.

O presidente do Sistema Fecomércio-DF, Francisco Maia, fez questão de ressaltar que o setor empresarial aceita as condições de cautela da abertura do comércio, indústria e serviços, mas não concorda com a realização de movimentos que coloquem em risco a sociedade e o planejamento para reabertura das empresas.
 
“Brasília assistiu a um evento em apoio ao Governo Federal onde houve desrespeito à legislação do DF quanto ao uso obrigatório de máscaras, contato humano e estímulo a aglomerações. A iniciativa privada jamais será cúmplice do descumprimento da lei e estímulo aos riscos de contaminação, sobretudo da população desprotegida”, destaca.

Veja a íntegra do manifesto coletivo da Fecomércio-DF, Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL-DF), Sistema Fibra, Federação das Associações Comerciais e Industriais do Distrito Federal e Entorno (Faci-DF) e Federação Interestadual das Empresas de Transporte de Cargas (Fenatac DF):

SAÚDE  E  LIBERDADE
 
A legislação rigorosa sancionada pelo governador Ibaneis Rocha para evitar aglomerações e a circulação desnecessária da população, assim como a abertura lenta e gradativa do comércio e de toda a economia, começa a evitar mais vítimas do Covid-19, falências, desemprego e falta de recursos para o governo do Distrito Federal. 

É louvável o cuidado com a recuperação do comércio, mas a iniciativa privada espera que o preço da liberdade não seja o risco da vida humana. O setor empresarial aceita as condições de cautela da abertura do comércio, indústrias e serviços e garante ter empenho com de proteger lojas e ambientes de trabalho com higienização química e combate às aglomerações.  

O povo do Distrito Federal está surpreso pelas desobediências civis, que ajudam a pandemia. A grande concentração de pessoas, sem proteção sanitária, como por exemplo nas manifestações ocorridas na Esplanada dos Ministérios, pode ser razão para uma explosão de contágios com o vírus Covid-19.

As maiores vítimas serão os mais vulneráveis. A concentração de pessoas, a maioria das cidades satélites, planta a semente do contágio da pandemia. 

Brasília assistiu a um evento em apoio ao governo federal, onde houve desrespeito à legislação do GDF, quanto ao uso obrigatório de máscaras, contato humano com as mãos e estímulo a aglomerações.

A iniciativa privada jamais será cúmplice do estímulo ao descumprimento da lei e aos riscos de contaminação, sobretudo da população desprotegida. Caso a pandemia se alastre por todas as cidades do Distrito Federal, será inevitável alterar o ritmo da abertura comercial. 

Os empresários serão os primeiros fiscais da obediência civil. É um absurdo estimular novas mortes e permitir a volta do fechamento da economia. Iniciativa privada do Distrito Federal defende a liberdade do comércio, mas acredita que nenhum remédio deve se transformar em veneno.