A Festa do Divino Espírito Santo, realizada há 138 anos em Planaltina, será adaptada em virtude da pandemia de coronavírus. Com o isolamento social, o cortejo e o desfile da bandeira vermelha do Divino, que normalmente reúnem milhares de pessoas, ocorrerá, no próximo domingo (31/5), em carro aberto, com os festeiros recolhendo cestas básicas e cobertores para doação.
A tradicional ceia, servida para mais de 6 mil pessoas e que estava marcada para o próximo sábado (30/5), também será reinventada. Os organizadores da festa se revezarão para cozinhar marmitas, que serão doadas a pessoas em situação de rua, em Planaltina.
A missa de encerramento da festividade celebrará o Divino Espírito Santo, mesmo em moldes diferentes por conta da pandemia. “Trabalhamos um ano para o acontecimento da festa, e é claro que ficamos tristes, mas os fiéis querem sentir a presença do Espírito Santo, por isso resolvemos levá-lo ao encontro de todos e vamos encerrar a festa com uma missa, que será transmitida pela internet”, explicou Águeda Maria, uma das festeiras do grupo.
Na manhã deste domingo (24/5), quatro festeiros levaram a bandeira do Divino até a Residência Oficial da Vice-Governadoria, no Lago Sul. Eles foram recebidos pelo vice-governador do DF, Paco Britto (Avante). “Tenho certeza que Planaltina está feliz porque, mesmo com as dificuldades, o brilho da festa não se apagou, e agradeço por ter a oportunidade de, diante da bandeira do Divino, pedir proteção para a nossa cidade e para cada cidadão do Distrito Federal”, disse o vice-governador.
Presenteados com um terço de contas vermelhas criado especialmente para a celebração, o vice-governador e sua esposa, Ana Paula Hoff, doaram 100 cestas básicas ao grupo de festeiros.
Festividade
A Festa do Divino Espírito Santo é realizada há 138 anos, em Planaltina. Ela é a segunda maior celebração da Igreja Católica na cidade e comemora a vinda do Espírito Santo sobre os 12 apóstolos de Cristo.
O evento, que mistura elementos culturais e religiosidade, foi instituído em 1321 pela rainha Isabel de Aragão, de Portugal. Com a transferência da Corte para o Brasil, em 1808, a celebração começou a ser realizada no país, onde se mantém até hoje.