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A cartilha também destaca a importância de conhecidos da vítima estarem dispostos a oferecerem ajuda. O texto frisa o quanto os julgamentos podem silenciar ainda mais a mulher, podendo a desestimular a procurar auxílio ou a realizar uma denúncia na Polícia Civil.
Para o secretário de Educação, João Pedro Ferraz, a campanha de conscientização e orientação é importante para ajudar essas mulheres. “É dever da Educação prestar solidariedade e apoio às mulheres, seja no enfrentamento presente dessa violência, seja prevenindo-a no futuro”, defende.
Violência contra à mulher em números
De acordo com informações da Secretaria de Educação, embora o registro de casos de violência contra à mulher tenha diminuído neste período de quarentena, em relação ao mesmo período de 2019, a situação ainda gera preocupação. Dados da SSP mostram que o Distrito Federal registrou cinco feminicídios, 138 estupros e, somente no mês do decreto de distanciamento social, em março, 1.173 vítimas de violência doméstica.
Nos crimes no âmbito da Lei Maria da Penha, a maior parte dos infratores são homens, representando 90,3% dos casos, da faixa etária de 18 a 40 anos (66%). A Polícia Civil identificou 4.001 agressores — sendo que 9,7% são do sexo feminino. Desse total, 153 cometeram a violência em duas ou mais ocorrências no primeiro trimestre deste ano.
Quanto às mulheres violentadas entre janeiro e março de 2020 (3.856), houve a reincidência de 163 vítimas. Ou seja, 3,8% apanharam dos companheiros por mais de duas vezes. Os crimes da Lei Maria da Penha ocorrem majoritariamente no ambiente doméstico: 92,9%.
Isolamento pode trazer riscos
Embora o isolamento social seja uma das únicas medidas comprovadas cientificamente para conter a disseminação do novo coronavírus, por outro lado, a situação pode trazer maior risco para as mulheres que vivem em ambiente hostil. A quarentena não pode ser indicada como causa da violência, mas pode ampliar os fatores de risco para essa vítima.
O Correio produziu uma reportagem especial sobre o assunto, em abril deste ano. Na matéria, especialistas afirmaram que o número de ocorrências poderia subir durante o período de pandemia, uma vez que a mulher e o agressor passaram a conviver ininterruptamente. Além disso, o isolamento acabou distanciando essas vítimas das próprias redes de apoio, como amigos e familiares próximos.
Visando as dificuldades que as vítimas de violência doméstica teriam para denunciar os crimes nas delegacias físicas, a Polícia Civil do Distrito Federal estabeleceu que os casos podem ser notificados pela Delegacia Online, pelo 197 ou pelo WhatsApp da corporação.
Se a mulher optar pelo registro online, o caso será encaminhado imediatamente para a delegacia da área onde ocorreu a violência. Agentes irão entrar em contato com a vítima pelo telefone ou por WhatsApp.
Denuncie
Delegacia Online —
Telefones — 197 opção 3 ou 61 98626-1197 (WhatsApp)