Cidades

Como e por que doar sangue mesmo no isolamento social

Estoque de sangue no DF está estável, mas somente o fluxo regular de doadores evita a oscilação

Manter altos os níveis do estoque de sangue é importante principalmente quando uma crise de saúde pública é uma possibilidade. Apesar de, nesse momento, os níveis do banco de sangue da Fundação Hemocentro de Brasília estarem estabilizados, o que evita a oscilação é o fluxo regular de doadores. Isso acontece porque alguns componentes do sangue tem prazo de validade curto. A plaqueta, por exemplo, dura, no máximo, cinco dias.

No início do isolamento social do DF, os estoques de sangue que abastecem os hospitais da capital sofreram uma queda, mas logo se recuperaram e estabilizaram nas semanas seguintes. Desde 25 de março, para evitar aglomerações, o Hemocentro realiza doações de sangue por agendamento.

Além dessa medida de segurança, contatou todos os fornecedores para levantar a capacidade de entrega de insumos e materiais e avaliar o risco de atrasos ou impossibilidade de atendimento. Promoveu, ainda, treinamentos de atualização com os servidores e trabalhadores terceirizados quanto às normas de biossegurança e limpeza e estabeleceu o regime de teletrabalho.

O diretor executivo do Hemocentro, Alexandre Nonino, destaca que "as pessoas só devem sair de casa para o essencial, e doar sangue é essencial". "Muitos pacientes precisam, como aqueles que estão passando por procedimentos cirúrgicos grandes, pessoas com doenças hematológicas hereditárias, pacientes em tratamento oncológico. E não tem outra fonte para o sangue a não ser a solidariedade dos doadores", completa.

Como doar

O agendamento, individual ou em grupo, pode ser feito pelos telefones 3327-4413 e 3327-4447, ou via WhatsApp, pelo número 99136-2495. O agendamento individual também pode ser feito pelo telefone 160, opção 2, ou 0800 644 0160. O horário de funcionamento é de segunda a sábado, das 7h às 18h.

Pesquisa coronavírus

O Hemocentro está recebendo doações de plasma de pessoas recuperadas de coronavírus para fins de pesquisa. O estudo é feito em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), o Laboratório Central da Secretaria de Saúde (Lacen-DF) e hospitais da rede pública do DF. A pesquisa começa assim que aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), do Ministério da Saúde.

O plasma, um dos componentes do sangue, contém os anticorpos que combatem o vírus. Pesquisas feitas com outras doenças virais demonstraram que os pacientes melhoram o quadro clínico após receberem o plasma de pessoas recuperadas. A pesquisa vai buscar evidências de que o plasma convalescente de covid-19 seja eficaz no tratamento de pacientes infectados com essa doença.

Para se candidatar, além de estar recuperado de coronavírus, é preciso atender as especificações de doação de sangue e preencher esse formulário. Caso aprovado, uma equipe da pesquisa vai contatá-lo.
 
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* Estagiário sob supervisão de Mariana Niederauer 

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