Cidades

Homens que ameaçavam juízes de morte produziam material antidemocrático

Material foi apreendido em apartamento em condomínio de luxo à beira do Lago Paranoá: polícia investiga se as duas pessoas presas na operação tiveram ajuda financeira

A Polícia Civil encontrou uma vasta quantidade de material antidemocrático impresso no apartamento no qual duas pessoas foram presas na manhã desta quinta-feira (21/05),
acusadas de enviar, por e-mail, ameaças de morte a juízes e promotores do Distrito Federal. 
 

De acordo com o delegado Giancarlo Zuliane, da delegacia especializada em crimes cibernéticos de Brasília, a suspeita agora, é de que se trate de um grupo com mais pessoas envolvidas nos crimes. 

“Sabemos que é um grupo maior porque percebemos que essas pessoas não têm condições financeiras de manter-se naquele local privilegiado aqui em Brasilia, com veículos, gastos com combustível, impressões em grande quantidade de material. Então existe alguém financiando isso”, considerou. 

De acordo com a investigação da polícia, o apartamento em um condomínio de luxo, à beira do Lago Paranoá, é alugado e não está no nome de nenhuma das duas pessoas presas. 

A operação atende a uma iniciativa do MPDFT, que havia pedido, na quarta-feira (20/5), a instauração de inquérito para apuração do crime. Segundo o delegado, os presos confessaram a autoria dos e-mails e, informalmente, justificaram que a morte das autoridades seria algo natural, que aconteceria. Além disso, defenderam a postura antidemocrática e a extinção do judiciário e do Ministério Público.

Os homens foram presos em flagrante, enquadrados nos crimes de ameaça e utilização de símbolos públicos. “Nós temos símbolos nacionais como o brasão da República, e outros que não podem ser utilizados nesse tipo de propaganda. São crimes cujas penas somadas vão dar de dois anos e meio até seis anos de prisão”, avaliou.

Eles ainda irão depor e a polícia irá avaliar se, pelas informações colhidas, a prática da dupla pode configurar um crime mais grave contra a segurança nacional. Pelas acusações, eles não poderão pagar fiança na esfera policial e serão encaminhados a um juiz de custódia para definir qual será a situação deles.