postado em 20/05/2020 19:12
Ministérios Públicos divulgaram nota conjunta em que afirmam que vão
recorrer da decisão da Justiça Federal que suspende a determinação de reabertura escalonada do
comércio no Distrito Federal. Na avaliação dos órgãos, "a decisão
põe em risco a vida de milhares de pessoas no Distrito Federal e no Entorno". O texto é assinado pelo Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do DF e Territórios e Ministério Público do Trabalho (MPT).
A nota continua, dizendo que a decisão põe em risco ainda "o próprio funcionamento na Administração Pública Federal central, que está em Brasília, além das quase duas centenas de embaixadas e organismos internacionais que funcionam na cidade". E critica a conclusão do Tribunal Regional Federal 1 (TRF-1) que avaliou recurso enviado pelo GDF. "A decisão extinguiu parte do processo sem atender às determinações do Código de Processo Civil para que se ouça as partes antes", conclui o texto. Os MPs não divulgaram, no entanto, até quando pretendem enviar o recurso.
Entenda o caso
Em decisão publicada nessa terça-feira (19/5), o juiz do TRF-1 Roberto Carlos de Oliveira suspendeu a determinação da juíza Kátia Balbino de Carvalho, da 3ª Vara Cível do Distrito Federal, que escalonava a reabertura do comércio no Distrito Federal.
A decisão da magistrada, da última sexta-feira (15/5), determinava a reabertura gradual do comércio, a cada 15 dias. O Governo do Distrito Federal decidiu ingressar com recurso para revogá-la, alegando que cabe ao Poder Executivo essa determinação. Entidades do setor também se mostraram insatisfeitas com a abertura em blocos.
O juiz Roberto Carlos de Oliveira entendeu que, tanto a Justiça quanto a política do chefe do Executivo local, caminham juntos, no sentido da liberação gradual do comércio. “O ponto de conflito entre elas é, tão somente, a forma e o momento em que irão ocorrer”, destacou o magistrado. Disse, ainda, que cabe aos entes federativos a definição das medidas necessárias no que se refere ao combate à pandemia de covid-19, pois apenas o Poder Executivo conta com as informações e dados técnicos disponíveis e também "a imprescindível orientação do órgão técnico para definir as medidas que serão adotadas".
Primeiras medidas
Diante das evidências de que a melhor maneira de conter a disseminação do coronavírus é por meio do isolamento social - reduzindo a circulação de pessoas nas ruas e, consequetemente, as possibilidades de contágio -, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi o primeiro e determinar, por meio de decreto, a suspensão de aulas das redes pública e privada - em todos os níveis de ensino - e de diversas atividades comerciais. As medidas iniciais foram adotadas em
março e intensificadas nas semanas seguintes.
Ibaneis chegou a manifestar a intenção de liberar o comércio em 3 de maio, mas o número de casos confirmados e a confecção de máscaras para distribuição à população atrasaram o cronograma. Diante da pressão de entidades do setor,
anunciou reabertura para 11 de maio, mas decisão judicial impediu a ação, pedindo que o governo apresentasse dados que comprovassem a segurança da medida. A volta, então,
ficou adiada para 18 de maio. O argumento do governador é de que, se a proibição da reabertura fosse prorrogada mais uma vez, a maioria dos comerciantes abriria as portas ilegalmente. Poucos dias antes, no entanto, a juíza Kátia Balbino de Carvalho publicou a decisão que determinava a volta em blocos, a cada 15 dias.
Nos últimos dias, o número de mortes pela covid-19 tem aumentado e as contaminações também seguem em crescimento.
São mais de 5 mil casos confirmados e 73 mortes. O principal objetivo das medidas de isolamento social é evitar o colapso do sistema de saúde e permitir que haja leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para todos os pacientes graves.
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