Para uns, tudo novo. Para outros, alguns ajustes. A rede de lanchonetes Hum! Burguer sempre atendeu no sistema de delivery e take out, além de receber os clientes nas lojas físicas. “Nós tínhamos uma estrutura de tele-entrega e pedidos via aplicativos, então, não foi tão difícil se adequar à crise. Em algumas lojas, sentimos muito o peso e, em outras, aumentamos até 30% o faturamento”, afirma Jales Marinho, diretor de Operações.
O marketing digital usado com qualidade antes da pandemia mostrou-se ainda mais essencial agora. “Sempre trabalhamos muito com as redes sociais e, agora, fizemos questão de mostrar como a equipe tem seguido todas as normas de segurança para atender bem ao público. O nosso serviço de take out é bem seguro, as pessoas nem precisam descer dos carros, levamos a maquininha e o álcool até o cliente”, conta Jales.
Visando à tendência de assistir ao artista favorito no sofá de casa, a Hum! Burguer preparou um combo especial. “Criamos o Kit Live, um petisco que vai batata frita com cheddar, onion rings e linguicinha. Teve boa aceitação. E os nossos tradicionais lanches ganharam tamanhos maiores. Antes, eram bem comum pedidos unitários ou em dupla. Agora, os pedidos para a família aumentaram bastante. É tempo de compartilhar com os familiares”, sugere o diretor.
Outro restaurante que identificou essa tendência de consumo durante as apresentações ao vivo pelas redes foi o ‘A Mano. Sexta-feira, sábado e domingo são os dias que a cozinha do local mais trabalha. “As pessoas começaram a querer algo diferente para o fim de semana; então, acompanham as lives e querem uma noite bacana. Por isso, começamos a montar combos com carpaccio, brie trufado, cervejas e vinho, por exemplo. Também fizemos uma opção com frios. As pessoas têm gostado muito”, comenta o proprietário, André Sampaio, 38. Outra pedida é a sugestão do chef, que muda toda semana. “Além das entradas, temos jantares para a família. Tem opção para todo mundo. Os clientes têm aderido bem ao delivery e acho que essa crise vai provocar uma mudança de hábitos”, acredita.
Oferta
Pratos como esses podem servir até para aproximar quem mora sob o mesmo teto. Tereza Castro, 33, aproveitou os novos serviços para ter um dia agradável com quem ama e não perder horas na cozinha. “A pandemia mudou a nossa concepção de tudo. Aproximou as famílias, fazendo programas mais caseiros. Como sou dentista, tenho a vida bem corrida e sempre recorri aos serviços de take out. Sempre pego para a família. Somos quatro aqui em casa, e todos ficam bem felizes com a união gerada por esse momento”, diz.
Para ela, esse tipo de atendimento deve ser duradouro. “Boa parte dos restaurantes que eu mais gosto ainda não trabalham com delivery. Acredito plenamente na viabilidade do serviço. Se continuarem com a oferta de atendimento a distância, eu, com certeza, pretendo manter o hábito”, avalia a dentista.
* Estagiária sob supervisão de Guilherme Goulart