Correio Braziliense
postado em 15/05/2020 11:42
Mais de 4 mil estabelecimentos fechando as portas. Para o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (Sindhobar-DF), essa é a estimativa de dano provocado pela interrupção de atividades do setor, caso os comércios da área de alimentação só voltem a funcionar daqui a 30 dias. Decisão judicial publicada nesta sexta-feira (15/5) determina a reabertura gradual do comércio, a cada 15 dias, o que levaria ao adiamento da retomada de atividades do setor.
Para o presidente do sindicato, Jael Antônio da Silva, essa possibilidade seria calamitosa. “Mais 30 dias fechado não dá. Isso vai piorar ainda mais a situação que já é difícil. Pessoas estão sendo demitidas e estabelecimentos estão encerrando as atividades em uma escala assustadora. O melhor caminho era abrir segunda-feira (18/5), dentro do protocolo encaminhado e aceito pelo governo”, afirma Jael.
O presidente do Sindhobar detalha que foi realizado um plano de reabertura que leva em conta medidas de saúde e de prevenção ao novo coronavírus. “É um planejamento eficaz, que conta com medidas como a distância entre as mesas, limpeza do sapato do cliente assim que ele entra no estabelecimento, fornecimento de álcool em gel, máscara para os empregados, organizador de filas no self-service, comida protegida das gotículas e muito mais”, explica.
Jael também diz que é necessário que cada pessoa que faça parte do grupo de risco da doença tome cuidados individuais, e que abrir o comércio com segurança é a melhor opção para conciliar preocupações com saúde e economia.
“Agora, se os estabelecimentos continuarem fechados, vamos ter mais 30% de demissões e fechar mais 30% das casas. Até aqui, calculamos cerca de 400 locais que encerraram as atividades, isso porque não recebemos dados consolidados de todas as regiões. Essa crise está atingindo a todos, pequenos e grandes”, disse.
O governador Ibaneis Rocha (MDB) informou que pretende recorrer da decisão judicial e manter o plano de reabrir o comércio na segunda-feira (18/5). O sob o argumento de que o setor seguirá rígidos protocolos de segurança para evitar contaminações.
Varejo
O Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista) afirma que aguarda a determinação do governador Ibaneis Rocha em relação a quais segmentos poderão abrir as portas. Ele explica que muitas empresas já fecharam por não conseguirem manter os aluguéis e pagamento de funcionários, porém entende a gravidade da situação e a decisão da Justiça.
"Está tendo muitas consequências para as lojas, mas estamos vivendo uma pandemia. Podemos abrir tudo de uma vez para daqui a 10 dias fechar novamente. Tem que ser feita dessa forma mesmo, abrir com cautela. Estamos esperando o que o governador vai decidir", destacou o presidente do sindicato, Édson de Castro.
Shoppings
A decisão da justiça não agradou também representantes dos shoppings centers. Para o presidente da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce), Glauco Humai, os shoppings têm condições de abrir junto com os comércios e já tem protocolos elaborados para garantir a segurança dos frequentadores.
"A gente não vê essa decisão com bons olhos. O primeiro motivo é a isonomia. Os shoppings não podem ser separados comércio de rua. Isso passa a mensagem equivocada de que os shoppings não são seguros. O setor tem plenas condições de operar com segurança. É possível ter saúde e economia andando juntos, desde que tenha práticas responsáveis que garantam uma operação com monitoramento e distanciamento social", destaca Glauco.
Para a Abrasce, a decisão judicial precisa se analisada e espera a posição do governo. Ele destaca que no Brasil, 88 shoppings estão abertos sem aumento na curva de casos da doença.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.