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"Eu me agarrava às pessoas esperando que me salvassem do desespero da falta de ar. Houve momentos em que eu queria desistir de viver", relembra. "Felizmente, a equipe medica da UTI , enfermeiras, enfermeiros e técnicos foram dedicados. Sou muito grata a todos".
"Pedi para morrer"
A professora aposentada relembra que, em um dos momentos mais difíceis que enfrentou no hospital, ela pediu para que a deixassem morrer. "Disse que eu não queria mais sofrer, mas a enfermeira me respondeu que eu não morreria, que estavam cuidando de mim. Foi então que eu reagi", diz, emocionada. "Senti muita dor em todo corpo, dor de cabeça, dor de garganta, ouvido. A falta de ar é uma situação desesperadora", conta.
Na última segunda-feira (11/5), Elinete recebeu alta, ganhou balões verdes, abraços e um "corredor de aplausos" da equipe médica que atuou na recuperação dela no Hospital Brasília, no Lago Sul. No vídeo gravado no momento em que a professora deixa a unidade de saúde, é possível ver a emoção da idosa.
Paulista, Elinete se dedicou ao teatro e à docência boa parte da vida. Conta que chegou em Brasília ainda no período da ditadura militar, queria fazer artes visuais e cinema, mas o governo da época fechou os cursos na cidade. Nos últimos anos, ela morou nos Estados Unidos com o marido, o teólogo americano John Lawrence Miller, com quem construiu a família.
Ainda um pouco cansada após tantos dias de internação, ela diz que a vida não será a mesma após o coronavírus. "A experiência de ficar na UTI e de me libertar do coronavírus fortaleceu meu compromisso com a vida", garante. Em casa, ela segue em isolamento, por recomendação médica, e pretende voltar a trabalhar como escritora de peças teatrais. "Eu gosto muito da vida, gosto de viver, trabalhar, gosto de me sentir útil e de participar da vida em sociedade", comemora.