Cidades

Adiamento da reabertura do comércio frustra setor produtivo do DF

Comerciantes se preparavam para reabertura na próxima semana, mas novo decreto de Ibaneis Rocha (MDB) adiou a volta do comercio para 18 de maio

“Desanimador e frustrante”. Assim as entidades representativas do setor produtivo descrevem o adiamento da reabertura do comércio no Distrito Federal para 18 de maio. A medida, assinada   pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), foi publicada em edição extra do Diário Oficial do DF, desta quinta-feira (7/5). 

A retomada das atividades consideradas não essenciais estava prevista para a próxima segunda-feira (11/5). De acordo com o GDF, a decisão foi tomada como precaução, já que empresários estão com dificuldade de testar seus empregados e ainda de adquirir os equipamentos de segurança necessários para a reabertura dos comércios.

Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL-DF), José Carlos Magalhães Pinto, o setor produtivo tem seguido todas as normas de abertura gradual dos comércios e o recurso de muitos empresários está no fim. “As empresas estão se sustentando com a ajuda do BRB, que está fazendo o possível para auxiliá-los. Mas, precisamos de mais apoio seja da Caixa ou do Banco do Brasil”, sugere. 

O vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista-DF), Sebastião Abritta, destaca que a categoria está perdendo uma das principais datas comemorativas, o Dia das Mães, comemorado no próximo domingo (10/5) e que movimenta cerca de R$  400 milhões na economia do DF. “O setor estava preocupado. Agora, a preocupação aumentou ainda mais. A cada semana estão empurrando mais o decreto. Cada semana representa mais desemprego. Isso está acabando com a esperança dos empresários. Antes, jogaram um balde de água fria. Agora, foi um de gelada”, afirma.

Para o gerente da loja AD Life Style, no Brasília Shopping, Hugo Dantas, 37, o novo decreto do GDF frustrou todas as expectativas criadas para a retomada das atividades. Como parte do salário dos vendedores do estabelecimento é por meio de comissão, ele sente o impacto na renda. “O salário caiu mais de 50%. Já estávamos nos preparando para retornar, tinha entrado em contato com os funcionário e agora vem essa notícia. Estamos apreensivos”, afirma . 

O contrato dele e de outros três colaboradores está suspenso por 30 dias, podendo ser prorrogado por mais um mês. Aqueles em período de experiência foram demitidos. Após os adiamentos, ele não acredita no retorno na nova data. “Não acredito que vai voltar logo. Pelo andar da carruagem, a intromissão da Justiça e a curva ascendente da pandemia, vai demorar ainda”, opina.