O delegado e diretor da Divisão de Ensino Superior da Polícia Civil sofreu traumatismo craniano e lesões no rosto, braços e pernas. Leonardo Landim estava inconsciente, com sangramento nasal e bucal, ele também teve múltiplas escoriações e traumatismo cranioencefálico. Por conta dos ferimentos, Leonardo passou por um procedimento cirúrgico no Hospital de Base. No início da noite, as vítimas foram transferidas, de ambulância, para dois hospitais privados da capital, onde foram internados em unidades de terapia intensiva (UTIs).
Apesar de não ter se machucado, o condutor do veículo foi orientado pelos bombeiros a realizar uma análise médica. Ele prestou socorro às vítimas e aguardou a chegada da Polícia Civil. O motorista fez o teste do bafômetro, cujo resultado deu negativo para a ingestão de bebida alcoólica. De acordo com o delegado Laércio Rossetto, chefe da 2ª DP, o homem alegou não ter visto os ciclistas.
“Eles pedalavam pela faixa de rolamento do Eixão, no sentido Rodoviária do Plano Piloto. O que o motorista nos narrou, em depoimento, é que ele estava olhando para trás enquanto dirigia. No momento em que voltou a visão para a pista a frente, os atropelou. Ele afirma que não deu tempo de desviar. Pelo que apuramos, tudo indica que houve uma percepção tardia por parte do condutor”, afirmou Rossetto.
Ainda segundo o investigador, uma testemunha foi ouvida na delegacia. “Esse pedestre nos narra uma versão parecida com a do motorista. Mas nós solicitamos o laudo de exame do local, que apontará a dinâmica do acidente, o ponto de impacto do atropelamento e como ocorreu essa colisão. O condutor do Jeep também nos informou que seguia a 70 km/h, mas isso só poderá ser confirmado após resultado pericial. Ambos os depoimentos serão confrontados com as provas técnicas”, acrescentou.
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Análise da notícia
Respeito aos ciclistas!
» Ana Maria Campos
Fernando Cesar nunca descumpre regras de ciclismo. Usa equipamentos de segurança. Conhece as leis e as respeita. Pedala como profissional. Está acostumado a circular nas pistas do DF, de Santa Catarina, da Europa, especialmente da Itália onde morou e sempre competiu. Treinou em Los Angeles em pistas movimentadas e foi respeitado pelos motoristas. Trouxe de lá quatro medalhas de ciclismo do World Police and Fire Games 2017 que honraram a Polícia Civil. Ele diz que no Brasil muitas pessoas são intolerantes com bicicletas nas ruas, como se estas não fossem tão parte do sistema de transporte quanto ônibus e motos. Fernando nunca desrespeita as leis quando pedala — e nem em qualquer situação. É um delegado de polícia no sentido de quem tem vocação para a profissão que busca a Justiça. Por isso, não há dúvida de que ele saiu de casa ontem, com todos os equipamentos de segurança, roupa, sapatilha e capacete adequados, e escolheu uma faixa da via que não atrapalhe os carros. Ele sabe que não pode treinar na calçada porque coloca pedestres em risco, tampouco no acostamento porque há atrito, pedras, sujeira. Risco para o ciclista. Ele estava onde deveria estar. Fazendo sua atividade física, treinando para ser cada vez melhor. Quem não respeita o ciclista não pode assumir o volante de um carro. Chega de guerra no asfalto.