Cidades

DF lidera taxa de isolamento

Apesar do índice ter caído para 49,31%, a capital é a unidade da Federação que mais respeita as medidas de restrição. Em todo o país, pessoas passaram a descumprir as recomendações dos órgãos de saúde e começaram a sair mais às ruas


Em meio à pandemia do novo coronavírus, a taxa de isolamento social, única medida comprovadamente eficaz para combater a doença, caiu em todo o país. No Distrito Federal, que soma 1.605 casos confirmados e 32 mortes, o índice teve redução de 51,9% para 49,31%. A Secretaria de Saúde defende que o ideal seria que a taxa estivesse, pelo menos, em 70%. Entretanto, a capital ainda é unidade da Federação que mais respeita as medidas de restrição. 

O levantamento é feito por uma empresa de softwares que reúne informações coletadas de localizadores dos aparelhos celulares. De acordo com a pesquisa, Pernambuco está em segundo lugar do ranking, com 47,17% na taxa de isolamento social. Em seguida, está o Pará (45,63%), Ceará (45,18%), Maranhão (44,84%) e Rio de Janeiro (43,67%). Os estados mais críticos são Mato Grosso do Sul (29%), Mato Grosso (31,12%) e Tocantins (32%). 

Na quinta-feira, a empresa divulgou outro levantamento mostrando que as regiões administrativas que menos têm respeitado o isolamento social são o Itapoã (42,8%), Plano Piloto (46,5%) e Lago Norte (49,6%). Em primeiro lugar está o Riacho Fundo 2 (86,8%), seguido por Varjão (80,7%) e Paranoá (75,8%). 

A infectologista do Hospital Regional da Asa Norte e da clínica Quality Life, Joana D’arc Gonçalves da Silva, ressalta que o distanciamento e o isolamento social são a única maneira conhecida de combater o novo coronavírus. De acordo com a estudiosa, o Distrito Federal precisa de preparo e de educação continuada para a retomada das atividades. “O comércio precisa abrir em algum momento. Estamos muito preocupados com a forma que isso vai acontecer”, ressaltou. 

Joana explica que as pessoas que precisam sair de casa têm que ter consciência de lavar as mãos e manter a postura de evitar comprimentos, como abraços. “Já estamos sentindo o aumento de pacientes com síndromes respiratórias, e novos casos estão chegando na periferia”, alertou. De acordo com ela, a taxa de letalidade no DF é baixa, e se o governo decidir pelo fim da quarentena, deverá ter cautela e planejamento, para que não ocorram retrocessos. 

Mais uma vítima

A 32ª morte por coronavírus no Distrito Federal foi de uma jovem de 22 anos. Ela é a vítima mais jovem da doença na capital. De acordo com informações da Secretaria de Saúde, ela morava em Samambaia e tinha microcefalia e paralisia cerebral, comorbidades que agravam a doença. Ela começou a apresentar os sintomas em 22 de abril, e estava internada desde então no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). O óbito aconteceu na sexta-feira. 

Dos 1.605 casos diagnosticados no DF, 952 são considerados recuperados, ou seja, cerca de 60% do total. Ao todo, 97 pacientes estão internados em unidades de saúde. Desses, 43 têm quadro de saúde considerado crítico e estão em unidades de terapia intensiva. O restante segue em enfermarias. 

Boletim da Secretaria de Saúde mostra que, até o momento, 43.707 pessoas passaram por exame na capital. Além disso, a maioria dos diagnosticados, 475, têm idade entre 30 a 39 anos. O segundo grupo etário com mais infectados tem idade entre 40 e 49 anos e soma 347 infectados. Além disso, há 199 pacientes com mais de 60 anos, considerados do grupo de risco.