Em meio à pandemia de Covid-19, outro vírus preocupa os brasilienses: o da dengue. Nos primeiros quatro meses do ano, foram registrados mais de 22 mil ocorrências da doença no Distrito Federal. De acordo com balanço divulgado pela Secretaria de Saúde, na última sexta-feira, até 18 de abril foram 22.090 notificações prováveis em residentes do DF. Um aumento de 76,76%, em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando houve 12.497 casos. Em todo o ano de 2019, foram registrados 47 mil. No entanto, o número de óbitos é menor do que em relação a 2019.
Até a primeira quinzena de abril, foram 14 mortes confirmadas — no mesmo período do ano passado, 17 pessoas perderam a vida por complicações da doença. A região com mais registros foi Ceilândia, com 2.742 notificações prováveis e três óbitos. O Gama teve 2.373 ocorrências; Santa Maria 1.921; e Guará 1.326 casos —cada uma das regiões registrou duas mortes. Sobradinho 2 apresentou 1.482 casos, Samambaia (1.347), Sobradinho (1.020), Riacho Fundo 2 (213) e Fercal (181) tiveram, cada, uma morte confirmada da doença.
De acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde, Eduardo Hage, o aumento da incidência no Distrito Federal é esperado até meados de maio, devido ao período de chuvas acentuadas que, alternado com os dias de sol, propicia a proliferação do vetor. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), nos quatro primeiro meses do ano o volume de chuva ultrapassou a média histórica esperada. Além disso, de acordo com ele, no DF há a predominância da dengue tipo 1, que se espalha com mais intensidade. Porém, com menor letalidade. Em 2019, a maior incidência registrada foi do tipo 2.
Profissionais da saúde estão preocupados com o alto índice da doença. A infectologista Ana Helena Germoglio explica que os problemas respiratórios e a febre causada pela dengue podem confundir com os sintomas do novo coronavírus. “É preciso que as pessoas sigam os cuidados para evitar a proliferação do mosquito, só dessa forma podemos diminuir o índice e, consequentemente, o número de pessoas que procuram o sistema de saúde”, afirma. Atualmente, há quatro subtipos de dengue em circulação no Distrito Federal. Para Ana, a maior questão é que o vírus não dá imunidade para todos os tipos. “A dengue não escolhe, quem teve uma vez pode estar suscetível ao outro tipo”, ressalta.
Ações
Com o intuito de reduzir a quantidade de casos de dengue, o Governo do Distrito Federal (GDF) tem feito diversas ações nas regiões com maiores incidências. Recentemente, uma operação retirou carcaças de veículos nas vias, como forma de diminuir o foco do mosquito Aedes aegypti. Carros de fumacê também estão sendo utilizados diariamente. A atenção no tratamento também foi ampliada com a instalação das tendas de hidratação nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
As ações de visita e mobilização da população foram reforçadas, com vistoria em imóveis e orientações sobre como combater o mosquito. Ana Helena Germoglio pede para que os brasilienses aproveitem esse período de isolamento social para limpar o quintal e retirar possíveis criadouros do Aedes aegypti. (CM)
Atenção
Saiba quais cuidados tomar para evitar a doença e a proliferação do mosquito transmissor:
» Evite água parada
» Tampe baldes, caixas d’água e tonéis
» Deixe garrafas viradas para baixo e mantenha lixeiras sempre tampadas
» Coloque areia nos pratos de vasos de plantas
» Mantenha ralos e calhas sempre limpos
» Use repelente
» Acione a Vigilância Ambiental, o SLU ou a Novacap caso suspeite que um local seja potencial foco do mosquito
Fonte: Secretaria de Saúde