Correio Braziliense
postado em 01/05/2020 15:17
O dia do trabalhador foi marcado por protesto na Praça dos Três Poderes. Profissionais da área da enfermagem fizeram um ato simbólico em homenagem às vítimas da Covid-19 no Brasil. Com uma cruz na mão eles chamaram a atenção para o número de mortes causada pela doença, além de trazer para foco a importância do isolamento social para o controle da pandemia.
A manifestação começou às 9h30, desta sexta-feira (1º/5), em frente ao Supremo Tribunal Federal. Todos os profissionais utilizaram máscaras de proteção facial e mantiveram o distanciamento mínimo de dois metros. A mobilização durou cerca de duas horas.
Confusão
Durante o ato, os profissionais da saúde foram confrontados por apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro. Um homem chegou partir para cima dos enfermeiros e precisou ser contido por outros manifestantes com bandeiras do Brasil. A Polícia Militar foi acionada e interveio.
Durante os ataques, os profissionais manteriveram-se em silêncio. Para a enfermeira Marcela Vilarim, o ato também foi um pedido de socorro para a categoria e um apelo para a população. “Nós estamos morrendo nessa luta contra a Covid-19. Estamos adoecendo, deixando de ser força de trabalho para virarmos pacientes. A gente precisa mais do que palmas, a gente precisa de valorização e respeito. E o respeito passa pela manutenção do isolamento social”, afirma. De acordo com ela, o isolamento social é de extrema importância para conter a velocidade da epidemia.
Nota de repúdio
O Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal vem por meio dessa nota repudiar agressões físicas e verbais que apoiadores do Presidente da República cometeram contra enfermeiras na manhã desta sexta-feira, dia 1º de maio, que participavam de um ato na Praça dos Três Poderes.
O ato tinha como objetivo chamar a atenção para a enfermagem nacional. O protesto tinha três objetivos centrais: defender o isolamento social com base científica, homenagear os trabalhadores da enfermagem de todo o Brasil que morreram lutando contra a Covid-19 e mostrar a importância da categoria.
O Ato foi uma iniciativa da categoria, apoiada pelo Sindenfermeiro, uma vez que os diretores da entidade são enfermeiros e também estão na linha de frente. A organização se seu a partir dos próprios trabalhadores da enfermagem que estão na linha de frente contra o novo coronavírus.
As atitudes tomadas pelos apoiadores do governo vão ao encontro de ideologias fascistas e antidemocráticas. Infelizmente, são embasadas pelas atitudes do Presidente da República que diversas vezes debocha das consequências da pandemia, desconsidera todas as recomendações e diretrizes sobre a importância do isolamento social ao combate do novo coronavírus.
Hoje, no Brasil, são mais de 2,3 milhões de profissionais de Enfermagem, que estão na luta contra a Covid-19. Por isso, em respeito à vida da maioria da população e pensando na segurança dos milhares trabalhadores da saúde que superam o medo para salvar vidas, o SindEnfermeiro repudia, veementemente, as atitudes fascistas e antidemocráticas do grupo pró-governo, e ressalta a importância de a população seguir as recomendações da comunidade científica mundial de isolamento social.
O sindicato se orgulha das enfermeiras que resistiram às provocações do grupo bolsonarista. A enfermagem é feita de luta. O SindEnfermeiro reitera seu compromisso pela defesa das enfermeiras e enfermeiros, do Sistema Único de Saúde público e universal e da democracia acima de tudo e de todos. E por fim, relembra #LuteComoUmaEnfermeira!
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