Representantes de igrejas evangélicas do Distrito Federal protocolaram ontem um documento pedindo a reabertura dos templos a partir de 2 de maio. O documento foi entregue ao Governo do Distrito Federal (GDF) e está em análise. Os pastores argumentam que a retomada das atividades religiosas é importante para a prestação de assistência à população, desde que as medidas de segurança de prevenção à Covid-19, estipuladas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde, sejam respeitadas.
O texto que pede a abertura das igrejas recebeu oito assinaturas de representantes do DF. Para o pastor Wilbert Golden Batista, da Igreja Núcleo da Fé, o sistema de cultos por meio de drive-thru, estabelecido pelo Decreto nº 40.659, não atende à grande parte dos templos. “Nem todas as igrejas contam com estacionamento amplo para que os fiéis fiquem nos carros, a pelo menos 2m de distância. Esse é o nosso caso. O que pedimos é que o governador libere a abertura dos templos, pois há espaço para que as pessoas participem dos cultos, sem que haja aglomeração”, avaliou.
“O que propomos nesse momento é que, assim como haverá a reabertura de outros segmentos, possamos abrir as igrejas. Todos os cuidados serão tomados para isso. Nós compramos medidores de temperatura para testar os fiéis antes da entrada no templo, e também disponibilizaremos álcool em gel. Também alinhamos que, em caso de liberação, as pessoas que integrarem os grupos de risco serão desaconselhadas a irem ao culto. Agora, quem pode e quer ir à igreja precisa encontrar essa assistência”, complementou o pastor Wilbert.
Controle
Na análise do médico especialista Hemerson Luz, é possível que os templos reabram as portas para os fiéis, desde que as normas de segurança sejam seguidas. “Para isso, deve-se estabelecer regras muito rígidas. Por exemplo, reduzir o número de fiéis nos templos, respeitar a distância mínima entre eles, mesmo que sejam membros de mesma família. Além disso, é preciso ter álcool em gel à disposição e deve ter o uso de máscaras”, ressaltou o profissional da saúde, que tem experiência internacional em operações humanitárias e desastres.
Hemerson destacou que a decisão do relaxamento do isolamento social pode ser repensada se os casos de coronavírus subirem mais do que o esperado. “Essa é uma possibilidade que não pode ser descartada. Os efeitos dessas mudanças só poderão ser vistas daqui, pelo menos, após sete dias. Não podemos perder de vista o controle da doença na capital”, finalizou. Em nota oficial, o GDF confirmou o recebimento do documento protocolado pelos representantes das igrejas evangélicas e que o material segue em análise.