Líderes de igrejas evangélicas protocolaram um documento pedindo a reabertura dos templos para a realização de cultos a partir de 2 de maio. O documento foi entregue nesta quarta-feira (29/4) ao Governo do Distrito Federal (GDF). Os religiosos afirmam que o retorno das atividades religiosas é importante para a população.
O texto que pede a abertura das igrejas recebeu oito assinaturas de representantes do DF, entre eles o pastor Wilbert Golden Batista, da Igreja Núcleo da Fé. De acordo com o líder religioso, o sistema de cultos por drive-thru, estabelecido pelo decreto distrital nº 40.659, não atende a demanda de muitos templos do DF.
“Nem todas as igrejas contam com estacionamento amplo para que os fiéis fiquem nos carros, a pelo menos dois metros de distância. Esse é o nosso caso, por exemplo. O que pedimos é que o governador libere a abertura dos templos, pois há espaço para que as pessoas participem dos cultos, sem que haja aglomeração. Nós temos capacidade de recebermos até 1 mil pessoas sentadas. Então, temos espaço para seguir as normas de afastamento das pessoas”, explica.
O pastor destaca que a proposta ao GDF é de abrir as igrejas na mesma data que os demais segmentos. "Todos os cuidados serão tomados. Nossa igreja comprou medidores de temperatura para testar os fiéis antes da entrada no templo. Também vamos disponibilizar álcool em gel. Estamos alinhamos que, em caso de liberação, as pessoas que integrarem os grupos de risco serão desaconselhadas a irem para o culto. Agora, quem pode e quer ir para a igreja, precisa encontrar essa assistência.”
Na análise do médico especialista Hemerson Luz, é possível que os templos possam abrir as portas para os fiéis, desde que as normas de segurança sejam seguidas. “Para isso, deve-se estabelecer regras muito rígidas. Por exemplo, reduzir o número de fiéis nos templos, respeitar a distância mínima entre eles, mesmo que sejam membros de uma mesma família. Além disso, é preciso ter álcool em gel à disposição e deve ter o uso de máscaras”, afirmou o profissional, que tem experiência internacional em operações humanitárias e desastres.
Hemerson também explica que a decisão do relaxamento do isolamento social pode ser repensada se os casos confirmados de infecção pelo coronavírus subam mais do que o esperado. “Essa é uma possibilidade que não pode ser descartada. Os efeitos dessas mudanças só poderão ser vistos daqui, pelo menos, sete dias. Não podemos perder de vista o controle da doença na capital”, finalizou.
Em nota oficial, o GDF confirmou o recebimento do documento protocolado pelos representantes das igrejas evangélicas e informou que o material segue em análise. A pasta não informou se estuda a possível reabertura das igrejas.