Cidades

Empresários estão com dificuldade para pagar aluguel, salários e impostos

Ao todo, 37,8% dos empresários responderam que estão com dificuldades para quitar dívidas rotineiras

Após o fechamento do comércio no Distrito Federal para enfrentar a pandemia do novo coronavírus, empresários estão com dificuldade para quitar dívidas. De acordo com levantamento realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio), 37,8% dos empresários estão tendo dificuldades com pagamentos básicos, como tributos, salários, aluguel, fornecedores e contas de luz e água. 

Já 36,5% responderam que avaliam a situação como difícil, 18,9% afirmaram estar indiferentes, 5,4% avaliaram como fácil e 1,4% como muito fácil. Os dados foram solicitados pela Fecomércio-DF para o instituto Opinião Informação Estratégica, em parceria com a Sphinx Brasil. Além disso, a pesquisa, realizada por meio de questionário aplicado por telefone, é atualizada diariamente. Até esta segunda-feira (27/4), 74 empresários já participaram da sondagem.  

O levantamento aborda ainda quais medidas as empresas estão adotando ou pretendem adotar na gestão da crise: 48,6% responderam que deram antecipação de férias para parte dos empregados; 36,5% afirmaram ter reduzido a jornada de trabalho; 31,1% aderiram ao home office; 27% suspenderam temporariamente os contratos de trabalho; 25,7% deram férias coletivas; 23% realizaram alteração em turnos de trabalho e 18,9% demitiram os empregados.

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Sobre a intensidade do impacto do vírus nos negócios, 64,9% confirmaram que o impacto negativo foi alto, 24,3% disseram sentir um impacto negativo, 6,8% responderam nenhum impacto, 1,4% afirmaram ter um impacto positivo, 1,4% um alto impacto positivo e 1,4% não souberam avaliar. Neste momento de incertezas, o presidente da Fecomércio-DF, Francisco Maia, diz que a entidade mantém um diálogo com o GDF para que o comércio volte a funcionar no dia 3 de maio. 

O estudo traz ainda que 16,2% dos empresários implantaram o comércio de produtos on-line; 16,2% delivery, 14,9% adotaram a retirada no balcão, 9,5% já realizavam esse tipo de venda e 58,1% informaram que não optaram por adotar nenhuma das opções. Depois da abertura do comércio, 87,1% disseram que vão continuar com os serviços implantados. 

Além disso, a Federação tem orientado os consumidores a comprarem do comércio de vizinhança e alertado os empresários a não demitirem funcionários. “Tivemos uma reunião com o governador em que foi entregue um documento sugerindo normas para que o comércio pudesse voltar a funcionar, respeitando todas as orientações do Ministério da Saúde. Sabemos que o momento é difícil e estamos batalhando para ajudar o empreendedor brasiliense”, explica Francisco Maia. 

“Sabemos também que o momento pede cautela e que os empresários busquem novos meios para alcançar o cliente, como serviço por entrega em domicílio, por exemplo”, diz. “Nós conseguimos, junto ao GDF, adiar o pagamento do Simples e conversamos para que o programa de renegociação de dívidas saia o mais rápido possível”, destaca.

Ainda sobre a pesquisa, os empresários foram perguntados sobre o sentimento em relação à economia do país. Os empreendedores responderam em uma escala de 0 a 10, onde 10 é o mais positivo e 0 é o mais negativo. Antes do fechamento das lojas, o sentimento atribuído foi representado por uma nota média de 7,5. Em uma visão do momento atual, a nota atribuída foi de 3,9 em curto prazo, de 4,2 em médio prazo (1 mês) e a longo prazo (3 meses) o número sobe para 5,3.

O sócio da Opinião Informação Estratégica, o estatístico Alexandre Garcia, diz que mesmo cientes da abertura na semana que vem, os comerciantes estão receosos. “A abertura do comércio não salvará o fluxo de caixa das empresas. O consumidor está com receio de sair de casa e encarar aglomerações. O empresário tem consciência deste momento, por conta disso, a expectativa a curto prazo não é tão boa”, informa Alexandre.