O presidente Jair Bolsonaro chamou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, para uma conversa de última hora no Palácio do Planalto na tarde desta segunda-feira (20/4). O tema da reunião foi sobre a reabertura dos colégios militares no Distrito Federal. No fim da tarde, Bolsonaro falou sobre o assunto na entrada do Palácio da Alvorada.
"Estive com o governador Ibaneis Rocha. Conversamos da possibilidade de abrirmos, aqui da minha parte, o colégio militar. Da parte dele, os colégios da PM e o dos bombeiros, bem como das escolas cívico militares a partir de segunda-feira, ok. Esse talvez seja o primeiro gesto pra nós aqui voltarmos à normalidade no tocante ao estudo aqui no Brasil", apontou.
Segundo o chefe do Executivo, o assunto ainda não foi decidido. "Não está batido o martelo ainda. Já conversei com o general Fernando. Ele acha que a ideia é boa. Vai conversar com os chefes do BGP também. Ele e o ministro da Defesa. Mas temos conversado. Vou conversar também com o Moro para nós abrirmos a academia da Polícia Federal a partir de segunda feira também porque os pais estão com medo ainda. Então, é natural. É gradual e tem que voltar à normalidade", concluiu Bolsonaro.
Na saída da reunião no Palácio do Planalto, Ibaneis comentou sobre o que foi conversado com o presidente: "A ideia do presidente da República é, talvez, a partir de segunda-feira (27), abrir as escolas militares. Como aqui em Brasília nós temos em torno de dez escolas cívico-militares, também poderia ser um exemplo para que lá na frente a gente possa fazer uma retomada dos estudos. A ideia do presidente é em relação às escolas militares, que são regidas pelo Exército, a ideia dele seria para segunda-feira. No meu caso, vou me reunir com a minha técnica", explicou.
Segundo ele, esse pode ser um teste para analisar os passos seguintes. "Ao invés de eu abrir para toda a rede pública, se eu reabrir aos poucos, eu posso ter a condição de saber como isso funciona. Só na parte das escolas cívico-militares, do Colégio do Corpo de Bombeiros e o Colégio da Polícia Militar, em torno de 25 mil alunos", apontou.
Ibaneis disse ainda não acreditar que haja o risco de uma segunda onda de infecção pelo novo coronavírus:
"Da maneira como nós estamos fazendo aqui, muito difícil de isso acontecer. Vamos ter um aumento de casos que é natural. Isso tudo vai ser trabalhado para que a gente tenha o mínimo de contaminação possível, sabendo que ela vai existir. Nós estamos fazendo um trabalho muito grande para que a população do Distrito Federal continue com segurança", concluiu. Ibaneis tem evitado criticar publicamente Bolsonaro. No último domingo (19), 20 dos 27 governadores brasileiros divulgaram uma carta de apoio ao Congresso, na qual afirmaram que o presidente tem se rebelado contra os princípios democráticos. Isso após ele ter comparecido e discursado em um ato que defendia a volta do AI-5 e o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF). Entre os que optaram por não assinar o documento, está o governador do DF.