“Minha experiência de ficar isolada é até boa. Depois da quarentena, comecei a fazer exercícios em casa, o que logo me incentivou a parar de fumar. Fui influenciada pelas redes sociais e me desafiei a cumprir as atividades físicas. A parte mais difícil, sem dúvidas, é ter de lidar com a falta de renda, pois sou corretora de imóveis. Alugo casas para temporada em Caldas Novas (GO), mas os hóspedes sumiram. Um decreto municipal impede a entrada de turistas na cidade.
O lado bom tem sido o das práticas mais saudáveis. Tirei um tempo para autoconhecimento físico e emocional. Mas sinto falta de sair com amigos e família nos fins de semana. O isolamento também tem me ensinado a perceber como os animais devem se sentir. E esse período sombrio tem afetado meu psicológico negativamente pela falta de dinheiro, devido ao fato de ser autônoma.
Sinto que os profissionais autônomos deveriam ter mais segurança no quesito financeiro, afinal, pagamos impostos como todo cidadão e ajudamos a economia do país. Tenho economizado itens básicos ao máximo e me distraio para não pensar tão negativamente. Até peguei dinheiro emprestado, mas nem consegui pagar ainda. Também me cuido ao máximo e espero que as outras pessoas façam o mesmo, para essa quarentena acabar logo e nossa rotina voltar ao normal. Nunca senti tanta falta de trabalhar.”
Karine Ribeiro, 22 anos,
estudante e corretora de imóveis, moradora da Cidade Ocidental (GO)