Cidades

Tensão na linha de frente

Dados da Secretaria de Saúde do DF indicam que 10 profissionais da área tiveram diagnóstico confirmado de Covid-19. Além deles, há 700 servidores afastados. Pasta afirma que possui equipamentos de segurança suficientes e destaca medidas de proteção


Na linha de frente no combate ao novo coronavírus, profissionais da saúde se expõem diariamente ao risco de contrair a Covid-19. De acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, 10 servidores da área tiveram diagnóstico confirmado para a doença. Além deles, cerca de 700 profissionais estão afastados do trabalho por terem tido contato com pacientes e pessoas com suspeita de infecção ou por apresentarem sintomas de gripe.

A pasta informou que toma diversas medidas para garantir a segurança dos servidores, seguindo protocolos de segurança e oferecendo quantidade suficiente de equipamentos de proteção individual (EPIs). “Não há falta de EPIs. A distribuição foi modificada para que, neste momento, não haja desperdício nas unidades (de saúde), para que o uso deles seja o mais consciente possível e para que não faltem a nenhum profissional”, afirmou o órgão em nota oficial.

Expostos aos riscos da Covid-19, os servidores daSaúde que buscarem auxílio psicológico para lidar com a rotina exaustiva e a pressão do cenário atua podem receber apoio em diversos serviços da pasta. “As equipes devem ser capazes de identificar casos em que os sintomas de depressão ou ansiedade apresentem impacto mais intenso no funcionamento geral da pessoa. Esses casos precisam de intervenções precoces e específicas, por profissionais médicos e psicólogos, com atuação em rede, conforme os fluxos e normativas de atendimento da rede”, frisou a secretaria.

Ontem, o DF chegou a 641 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus. Desse total, 299 pessoas se recuperaram. Ainda assim, desde o primeiro registro — confirmado em 5 de março —, a capital federal soma 15 mortes. O balanço divulgado pela Secretaria de Saúde às 18h16 mostrou que havia 54 pacientes internados em hospitais. Dezoito estão em estado grave.

A primeira pessoa a testar positivo para a doença no DF, uma advogada de 52 anos, continua internada na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Regional da Asa Norte (Hran). O marido dela, um advogado de 45 anos, foi liberado ontem do cumprimento de isolamento domiciliar obrigatório. Ele também havia sido diagnosticado com a Covid-19 e, por determinação da Justiça, teve de permanecer em casa por ao menos 14 dias ou até que apresentasse novo exame descartando a presença do coronavírus no organismo. Após teste e contraprova negativos, o réu foi dispensado da quarentena judicial, mas deverá seguir as recomendações do Executivo local, as mesmas que valem para toda a população do DF.

Com ao menos 20 policiais penais e 23 detentos infectados pelo novo coronavírus, o Complexo Penitenciário da Papuda também enfrenta situação delicada. Ontem, pela segunda vez, familiares dos presos se reuniram em frente à Vara de Execuções Penais (VEP) do DF para cobrar medidas de precaução contra o avanço da Covid-19 nas unidades prisionais. Além disso, eles pediram a liberação dos detentos que têm direito à progressão para o regime semiaberto, e a permissão da entrada de dinheiro, itens de higiene pessoal e frutas nas penitenciárias.


Desinfecção

O Centro de Detenção Provisória (CDP) da Papuda foi higienizado ontem por agentes da Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde (Dival). A próxima unidade a passar por limpeza será o Centro de Internamento de Reeducação (CIR). Hoje, militares do Exército Brasileiro fazem a desinfecção do Aeroporto Internacional de Brasília e das estações de metrô, onde os trabalhos começaram à 0h30.