De acordo com a Secretaria de Saúde, a maior incidência de casos do novo coronavírus ocorreu nos últimos dois dias — desde o registro da primeira infecção na capital. Segundo a pasta, isso ocorreu devido à ocorrência de um agregado de casos no Complexo Penitenciário da Papuda. Até a noite de domingo, havia 38 pessoas confirmadas com a doença, sendo 20 internos e 18 agentes.
O primeiro detento com a Covid-19 no sistema prisional estava no Centro de Detenção Provisória (CDP), da Penitenciária do Distrito Federal I (PDF-I). Os demais casos foram registrados no Centro de Internamento e Reeducação (CIR). O espaço recebe presos que receberam benefício do semiaberto e ainda não conseguiram emprego externo — quando têm ocupação, são transferidos para o Centro de Progressão Penitenciária (CPP), no SIA.
Visando impedir a proliferação do vírus, a SES-DF, em conjunto com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF), realizou testes rápidos em 332 presos da ala e em 126 policiais penitenciários. “Estamos intensificando a aplicação de testes em parte dos internos, assim como nos agentes que trabalham em escala de plantão”, informou a Secretaria de Saúde, em nota.
Todos os agentes confirmados com o vírus estão afastados das atividades. Os reeducandos foram isolados da população carcerária. Não há nenhum caso grave dentro do sistema prisional. Os internos contaminados estão apresentando sintomas leves. Hoje, a Vigilância Sanitária realizará a higienização do CDP. Na quarta-feira, o Exército Brasileiro fará a limpeza do espaço do CIR.
Hospital
Entre as demais medidas, está a instalação do hospital de campanha na Papuda e a suspensão das visitas até 17 de abril. Ontem, a Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe), vinculada à SSP-DF, informou que os atendimentos presenciais de advogados dos presos também estão suspensos temporariamente. As reuniões passarão a ser virtuais.
“Os reeducandos terão o direito a ter esse tipo de assistência, após agendamento, uma vez a cada 10 dias. Diariamente, serão realizadas até cinco videochamadas, por bloco de cada unidade prisional. Durante o atendimento, o interno ficará sujeito às normas disciplinares internas da Sesipe, incluindo o uso de algemas. Os internos terão o direito à assistência uma vez a cada 10 dias, com prazo máximo de 30 minutos”, esclareceu a Sesipe.