A informação acerca dos 12 policiais penais e um interno do Complexo Penitenciário da Papuda infectados pelo novo coronavírus preocupou os familiares dos presidiários, que decidiram promover uma manifestação, vestidos de branco, nesta segunda-feira (9/4) em frente à Vara de Execuções Penais (VEP) na busca de respostas do governo. Mais de 70 mulheres organizam a concentração para as 9h de segunda-feira (13/4).
Ao Correio, Nazaré de Araújo, 39 anos, uma das líderes do protesto, questiona a falta de comunicação por parte das autoridades. "Acho um ato desumano não sabermos como estão nossos parentes lá dentro. Tem muitos lá que precisam do remédio contínuo e não deixam, ao menos, levarmos", questionou.
As visitas nas unidades prisionais foram suspensas em 12 de março como medida de prevenção ao contágio pela Covid-19. O atendimento presencial da advocacia também foi impedido. Em decisão conjunta com a Ordem dos Advogados do Brasil do DF (OAB/DF), a Subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Sesipe) adotou o parlatório virtual em uma parte da Papuda. Estão incluídos o Centro de Internamento e Reeducação (CIR), o Centro de Progressão Penitenciária (CPP) e o bloco 5 do Centro de Detenção Provisória. O atendimento nas três unidades será realizado em uma sala de videoconferência própria.
Os presídios do DF abrigam cerca de 18 mil detentos, quase o triplo do número de vagas disponíveis. Outra medida adotada pela Justiça para combater o coronavírus é a antecipação da progressão do regime semiaberto aos custodiados que receberiam o benefício da prisão domiciliar até 17 de julho. A decisão foi assinada em 20 de março pela juíza titular da VEP, Leila Cury. "Nosso pedido será apenas para liberarem a entrada do dinheiro para os internos e a cobal (espécie de sacola com itens de higiene e frutas)", defendeu Nazaré.