Brasilienses diagnosticados com o novo coronavírus contam como tem sido a relação familiar e a rotina em isolamento. Em entrevista à TV Brasília, o empresário Frederico Ramos, 30 anos, conta que contraiu a Covid-19 há três semanas. Além dele, a mãe e a irmã também testaram positivo. Ele está dentro do grupo de risco, sofre de asma desde criança, mas não chegou a ser internado e recebeu atendimento médico em casa. Ambos seguem o tratamento, isolados e tomando a medicação.
Os três moram em um apartamento em Águas Claras e tiveram que mudar a rotina domiciliar. Dentro de casa, eles evitam o contato um com o outro e utilizam as redes sociais para se comunicar. O uso da cozinha, na hora da alimentação, é alternado. Tudo é higienizado para que o outro possa usar.
Nos últimos dias eles receberam muito carinho da família, primos e sobrinhos. Dentro do quarto de cada um deles, os cartazes de otimismo dão incentivo para superar a doença. “Nunca imaginei que minha família ia passar por isso, foi uma surpresa, do nada deparamos com a realidade da doença. Estamos tomando todos os cuidados e seguindo as regras do isolamento social que é a medida fundamental do momento, todos devem se proteger e ficar em casa”, destaca Fred, como é chamado pelos amigos.
Para a enfermeira Jéssica Farias, de 28 anos, foi um susto saber que os pais e a irmã foram infectados pelo vírus durante uma viagem de féria em Búzios. Ela conta que na volta pra casa, no meio da viagem, eles começaram a sentir os sintomas da doença. Quando chegaram a Brasília, realizaram o teste e o resultado foi positivo para Covid-19.
O pai, Enídio Costa Cardoso, 65 anos, está há 15 dias internado em estado grave no HRAN, mas há três dias os sintomas pioraram e precisou ser entubado. A mãe, Sinara Farias Cardoso, 49 anos e a irmã, Júlia Farias Cardoso, 16 anos, estão em isolamento domiciliar. “Eu sou enfermeira e achei que a doença iria chegar até mim por meio dos pacientes. Não pensei que a doença fosse bater na minha porta dessa forma”, afirmou Jéssica.
Junto com os diagnósticos vieram as mudanças na rotina. E as precauções que dobraram. Para não ser mais uma vítima do coronavírus, Jéssica usa sempre máscara e faz a higienização com o álcool. E sempre que tem que fazer alguma compra para a família, ela deixa os alimentos na porta do apartamento e se afasta para não ter contato próximo.