A histórica Pirenópolis, sempre agitada nos fins de semana, com turistas de Goiânia e Brasília, é hoje uma cidade-fantasma. Distante cerca de 140km da capital federal, o município preferido dos brasilienses amarga uma grave crise econômica por causa da pandemia do coronavírus. As ruas estão vazias. Uma barreira da polícia impede a presença de forasteiros. Para entrar na cidade, só com documentos que comprovem ser morador.
Veículos de outras regiões são barrados no portal do município. Equipes de policiais, funcionários da Prefeitura e da Secretaria de Saúde estão de prontidão no portal de entrada da cidade numa verdadeira barreira sanitária. Houve denuncia de moradores da cidade estavam vendendo comprovantes de residência. Polo turístico regional, o comércio e as pousadas estão completamente fechados. O desemprego avança. Alguns poucos restaurantes tiram o mínimo de sustento oferecendo delivery.
A tradicional Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário mantém as portas fechadas, missas só por meio de vídeos divulgados nas redes sociais da paróquia. Foi assim no Domingo de Ramos. Dia em que a reportagem do Correio visitou a cidade.
Desalento
Para Delzuita de Almeida, 52 anos, professora aposentada, a cidade, criada em 7 de outubro de 1727,e que antes era animada e cheia de prosa, transformou-se num local fechado e desalentador. “Uma tristeza profunda e preocupante. As pessoas se afastaram, não se pode mais conversar na varanda, nem trocar aquele abraço”, lamenta. Mas isso vai passar, acredita ela.
João Ronaldo de Mendonça, 50, dono de uma pequena sorveteria, está muito preocupado com o pagamento do aluguel da loja. Trabalha sozinho e sente falta dos turistas que visitavam a cidade, principalmente nos fins de semana. “Até minha venda por encomenda caiu muito, porque eram os motoboys que faziam entrega e isso está raro aqui”.
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uma ponte vazia
Foto: Ed Alves/CB/D.A Press
um boneco de artesanato
Foto: Ed Alves/CB/D.A Press