Com a drástica redução na movimentação aeroportuária, com resultado das medidas de restrição impostas pelo combate à disseminação do novo coronavírus, o Aeroporto de Brasília passa a operar por dia o que fazia em menos de 30 minutos. Em abril, o terminal receberá apenas uma média de 21 pousos e decolagens diários. O Aeroporto de Brasília movimentava, em média, 380 voos diários.
Por causa da pandemia, o terminal, que tem capacidade para operar 1 voo a cada 56 segundos, receberá, agora, ao longo de um dia inteiro, o total de voos que teria condições para receber em menos de 30 minutos. Os 21 voos remanescentes configuram uma redução de mais de 90% no fluxo do 3º maior aeroporto do país em movimentação de passageiros.
Os voos que continuarão a operar realizam apenas trechos domésticos. Desde o dia 25 de março, os voos internacionais regulares no terminal brasiliense foram completamente suspensos. Não há previsão para a retomada dos demais voos.
O Aeroporto de Brasília é o centro de conexão do país, ligando a capital do Brasil a 43 destinos domésticos e nove internacionais. Com a brusca redução, a oferta de voos é limitada a 16 destinos, para as regiões Sudeste, Nordeste e Norte do Brasil,de acordo com a Inframerica, concessionária que administra o aeroporto.
Por conta da redução, houve fechamento de uma das alas de embarque, a que comporta os portões de 1 a 14. A concessionária ainda estuda a suspensão das operações de uma das pistas de pousos e decolagens. “A medida tem por objetivo otimizar a utilização da infraestrutura aeroportuária durante o período de pandemia e mitigar os efeitos econômicos da crise causada pela Covid-19”, explicou a Inframérica, por meio da assessoria de comunicação.
Com isso, muitas lojas do terminal brasiliense encontram-se fechadas temporariamente, mas ainda é possível encontrar serviços essenciais como farmácia e lanchonetes, principalmente nas salas de embarque. A aviação civil foi o primeiro setor a sentir os efeitos da crise provocada pela pandemia e poderá ser um dos últimos a sair da crise.
Importância
Um estudo publicado pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) revelou que, em 2015, a produção do setor do transporte aéreo representou 11% do total da produção do Distrito Federal, com a geração de 737 mil empregos diretos, indiretos e catalisados, o pagamento de R$ 6,5 bilhões em salários nos mais diversos setores da economia local e o recolhimento de R$ 2,7 bilhões a título de impostos. É, portanto, a unidade da federação com maior impacto do modal aéreo sobre a economia local.
Além da queda na movimentação, a rotina no Aeroporto de Brasília mudou. Agora, funcionários do atendimento ao cliente usam máscaras e luvas, e os colaboradores cujas atividades podem ser desenvolvidas fora do terminal estão trabalhando em regime home office. Telas informativas e avisos sonoros alertam sobre os riscos da Covid-19 e as formas de se prevenir. Nos banheiros, comunicados instruem como lavar bem as mãos e nos elevadores novas regras pedem ocupação máxima de três pessoas.
Saiba Mais
Os bombeiros militares do Distrito Federal e o GDF estão realizando triagens e medições de temperatura de passageiros que desembarcam no terminal. A ação acontece diariamente na saída do desembarque doméstico.