O setor de bares e restaurantes, que concentra de 110 a 120 mil empregos no Distrito Federal, recebeu com apreensão a decisão do governador Ibaneis Rocha de prorrogar a suspensão do fechamento das casas até 13 de abril, um dia depois da Páscoa. “Até lá, continuamos trabalhando com sistema de delivery, que, infelizmente, não contempla todos os associados”, afirmou o presidente da Abrasel-DF, Beto Pinheiro. Inicialmente, a proibição de abrir as portas ao público iria até 5 de abril, mas, desde os primeiros dias, o segmento vislumbrava que a medida fosse estendida por um prazo maior, devido à intensificação das ações de combate ao coronavírus. Nesse período, já foram demitidos cerca de 4 mil trabalhadores da área.
Segundo o presidente da Abrasel, Beto Pinheiro, o serviço de delivery representa apenas de 15% a 20% do faturamento das empresas, cujo desempenho está “bastante estrangulado e talvez muitas não aguentem esse revés”. No entanto, o líder da classe dirigente reconhece as imposições do momento — “a vida é mais importante que tudo” — e até admite que possa haver nova prorrogação da medida que fechou as portas de bares e restaurantes para o público.
Na Trattoria da Rosario, o foco do delivery é o prato família, que pode ser um filé-mignon à parmegiana com fettuccine ao molho de tomate San Marzano; um brasato, que é alcatra de boi assada ao forno com vinhos e ervas e o mesmo acompanhamento; ou um risoto ao quatro queijos. Sai por R$ 99 cada pedido e serve duas pessoas. Por R$ 89, é possível pedir o menu família à base de frango, como o peito da ave empanado, coberto com molho de tomate e gratinado ao forno com queijo parmesão ou coxa e sobrecoxa assados ao molho de laranja com arroz branco e ervas. “Nós nunca tivemos delivery, esta é a primeira vez”, diz Rosario Tessier, proprietário do restaurante considerado o melhor italiano de Brasília em 2019 pela revista Encontro.
Ação solidária
Outra grife superpremiada que aderiu de pronto à operação mediante delivery foi a do chef Marcelo Petrarca. E com uma atração superinteressante: “a cada prato vendido, o Grupo Bloco C doará outro prato a pessoas em situação de vulnerabilidade”, proclama o chef, que no último domingo distribuiu 120 quentinhas na Rodoviária para pessoas carentes. A ação prossegue nesta semana, “pois precisamos de união e solidariedade”, completa Petrarca. O atendimento é feito no Lago, o mais charmoso e sofisticado restaurante do grupo instalado na QI 5 do Lago Sul. Você pode pegar a encomenda ou recebê-la em casa das mãos de uma equipe própria de motoboys.
No delivery, montado em apenas 48 horas, os pratos são individuais. Destaque para os cubos de filé ao roti com grana padano por R$ 51; bun de confit de pato com geleia de pimenta e maionese secreta por R$ 49; e rosbife de filé-mignon com alho assado, aspargos com parma e gorgonzola. O serviço funciona todos os dias das 11h às 15h30 e das 18h às 23h. Peça pelos telefones 3553-9077 e 3553-9078.
Instalado há seis anos na esquina de cima da 104 Sul, o restaurante Toro sempre teve pronta entrega, mas agora só funciona com esse tipo de serviço. Optou por poucos pratos — os mais pedidos, claro. “O movimento começou fraco em 20 de março, mas, no domingo, superou as expectativas”, diz o chef Hélio Rodrigues. Entre as opções, há o baby beef (600g) acompanhado de juliana, aquela salada de alface-americana, cebola, cenoura, tomate, palmito e queijo gran fromaggio (tudo cortado de forma longitudinal que os franceses chamam julienne) regada com molho de mostarda e maionese caseiras e coberta de batata palha. Uma delícia! Com arroz de brócolis, o combo sai por R$ 119 e dá para três pessoas.