A saga da vacinação
Que me desculpe o leitor, mas a crônica de hoje será de utilidade pública. Quero narrar a minha saga na tentativa de me vacinar. Se fosse contra o novo coronavírus, eu estaria no sal. Mas, antes, é preciso registrar que o Governo do Distrito Federal tem tomado decisões corretas no combate à Covid-19, inclusive se antecipando em relação aos estados.
No entanto, a vacinação contra o vírus Influenza não funcionou até agora. Pode parecer algo menor, ante tantos desafios dramáticos, mas o problema precisa ser sanado. Sempre estive na linha de frente, todavia entrei no grupo de risco pela idade e porque não tenho um histórico de atleta que me garantisse imunidade. Por isso, minha esposa e eu fomos nos vacinar.
Moro em um condomínio horizontal no Jardim Botânico, próximo ao Lago Sul, a segunda região administrativa com o maior número de contaminação pelo novo coronavírus no DF. Fomos ao posto de saúde da QI 21 três vezes em dois dias, e não conseguimos ser vacinados.
Na primeira tentativa, a vacina acabou. Na segunda, não chegou. E na terceira, acabou novamente. Na televisão, avisaram que o voo havia sido cancelado e as vacinas viriam de caminhão. Em seguida, disseram que o veículo havia sido detido em uma barreira próximo a Catalão (GO). E, por fim, garantiram que não faltaria mais vacina. Mas, ontem, fomos ao posto e ... Faltou novamente.
Durante esses dias, observamos tudo o que os infectologistas condenam: aglomeração de idosos na chuva, filas intermináveis, distância inadequada entre as pessoas e informações desencontradas sobre os horários de funcionamento dos postos. Quer dizer, ambiente propício para a contaminação.
De nada adianta os esforços da população para evitar a infecção, se as instituições de saúde colocam os mais vulneráveis em situação de risco pela falta de planejamento e de organização. Alguns médicos chegaram a dizer que era melhor não vacinar do que expor-se à infecção.
Sei que é preciso ter paciência e serenidade, pois estamos envolvidos em uma situação de guerra. Mas os erros sucessivos na campanha de vacinação não podem se repetir.
Se eles não forem sanados em uma operação relativamente simples, o que acontecerá quando a Covid-19 atingir o ápice e demandar os leitos nas UTIs para salvar vidas?