Cidades

A importância do diálogo

Especialistas defendem que as crianças devem ser informadas sobre os riscos da doença com abordagens que vão de acordo com as respectivas faixas etárias. A pedagoga Erika Radepiel, 34, é uma das defensoras de momentos de diálogo com explicações sobre todos as ameaças do coronavírus.

"Não há nada que as crianças não possam saber. Os pais devem ter uma conversa tranquila, que não gere ansiedade, sentimento de pânico ou medo", explica. "A melhor informação é aquela que vai vir pelos pais, e que seja filtrada e adaptada à faixa etária da criança. Não é bom deixar (os filhos) na frente da televisão assistindo a tudo o que passa sobre o coronavírus. Se em nós adultos algumas informações causam temor e ansiedade, nas crianças pode ser pior ainda", aconselha. 

De acordo com a pedagoga, os pais podem recorrer a alternativas, como programação televisiva e jogos no celular, para entretenimento das crianças. O tempo de exposição a telas, no entanto, deve ser controlado, e outras atividades estimuladas. "O período deve ser produtivo. Pode, inclusive, ser de atividades escolares que não precisam do auxílio de um professor. Colorir, ler gibis e histórias, e jogos de tabuleiro. Os pais também podem fazer brincadeiras com bolhas  de sabão e massa de modelar, que são acessíveis ", destaca. 

O diálogo com os pequenos é também reforçado pela infectologista e pediatra Mônica Brauner. A médica pontua que a melhor opção é contar sobre tudo o que está acontecendo, principalmente a importância dos cuidados para não contaminar pessoas em situação de risco, como os avôs e avós. Segundo a especialista, a conversa deve focar na prevenção, ensinando a fazer a lavagem das mãos, o uso do álcool em gel e a limpar brinquedos quando forem emprestados para algum amigo. “Deve-se ensinar a etiqueta da tosse, de que é necessário cobrir a boca e o nariz com a parte interna do braço. Se for com o lenço, depois deve jogá-lo fora. Manter a lavagem do nariz com soro fisiológico e evitar que saiam doentes”, recomenda. 

A médica também recomenda que as crianças não saiam de casa, pois podem, não apenas contrair a doença, como também, transmitir o vírus para outras pessoas da família. “As atividades têm que ser feitas no domicílio. A recomendação é evitar qualquer acesso comunitário. Temos pouco conhecimento sobre o coronavírus. Ainda estamos conhecendo a Covid-19. A recomendação oficial é evitar contato social ao máximo”, diz.