Cidades

Eixo capital



Matemática do coronavírus 

Balanço sobre o coronavírus, divulgado ontem pela Secretaria de Saúde, mostra que já haviam sido realizados 8.338 testes para coronavírus no DF até ontem. Desses, há 146 confirmações, sendo oito internações hospitalares. A maioria (138) está em quarentena domiciliar. Numa projeção matemática simples, se chegarmos a 2 mil casos em abril, com essa proporção, serão 110 pacientes precisando de leito hospitalar. Hoje há 90 liberados. 


Tomara que não cheguemos a tanto
Se as coisas se complicarem por aqui e seguirmos o exemplo da Itália, podemos ter medidas restritivas duras, como: multa para quem desrespeitar a distância mínima de 1 metro entre as pessoas na rua; hotéis fechados, proibição de atividades físicas ao ar livre. Na Inglaterra, ontem, o primeiro-ministro, Boris Johnson, proibiu encontros entre mais de duas pessoas. 



Cadê a sensibilidade?
Candidato ao Palácio do Buriti em 2018, o empresário da família, Alexandre Guerra, que comanda a rede Giraffa’s, fez um desabafo em vídeo sobre o impacto das medidas restritivas para conter a disseminação do coronavírus. Ele chama a atenção para uma questão sem dúvida importante: como vai ficar a economia com o fechamento do comércio e o consequente prejuízo para o empresariado. Como o empregador sem faturamento paga salários de empregados. Mas faltou sensibilidade. As pessoas estão preocupadas com a distância forçada das pessoas que amam, do risco de se contaminar ou ver algum familiar testando positivo, assustadas com as notícias pelo mundo e vendo planos sendo desfeitos. No vídeo, ele diz: ”Se você pensa que o custo serão pessoas infectadas, mortes em razão desse vírus, esses não serão o maior custo para a população brasileira. Porque isso está sendo tratado. O que não está sendo tratado, nem conversado, é o custo para a população brasileira”. E, depois, afirma: ”Você que é funcionário e que talvez esteja em casa numa boa, numa tranquilidade, curtindo um pouco esse home office, esse descanso forçado, você já se deu conta que ao invés de estar com medo de pegar esse vírus você deveria também estar com medo de perder o emprego?”. Ninguém está numa boa.



Todos podem contribuir 
O empresário Paulo Octávio deu um bom exemplo que outros deveriam seguir: colocou um de seus hotéis, o Brasília Palace, à disposição do Governo do Distrito Federal para receber pacientes com coronavírus, se for preciso. Outros poderiam tomar a iniciativa de doar respiradores, máscaras e luvas que estão faltando nos hospitais, segundo relatos que têm chegado constantemente no Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT). Empresários vão dizer que já estão apertados pela queda do faturamento, mas poderiam pensar nesse gesto como investimento. Todos querem superar essa pandemia e o Estado não dá conta sozinho.



Prédio e limpeza
O deputado distrital Eduardo Pedrosa (PTN) também ofereceu ao Governo do Distrito Federal um prédio de 2800m2, no SAAN, para montar leitos de UTI para atender pacientes com coronavírus. A ideia surgiu na semana passada. “Vamos deixar também à disposição uma equipe de desinfecção e limpeza. Agora é momento de união”, afirma o parlamentar.



Empresário testa positivo 
O empresário José Celso Gontijo, dono de construtora e um dos responsáveis pela obra da Ponte JK, testou positivo para coronavírus. Ele disse a amigos que está bem, sem sintomas e isolado. A contaminação pode ter ocorrido depois de um encontro com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que está com Covid-19. Os dois conversaram antes do exame de Alcolumbre.



Abandonados
Alguém está se lembrando dos patos e gansos que vivem nos parques? Em geral, são os frequentadores que dão comida. Mas agora ninguém pode entrar para alimentá-los. No Zoológico, haverá cuidados certamente. Mas essas aves podem passar fome.



Toca Raul
Para quebrar o clima de apreensão do último fim de semana, o deputado distrital Claudio Abrantes (PDT) postou no domingo, em seu perfil do Instagram, um vídeo no qual falava da música que tem marcado o período de isolamento dele: Get Together, do Youngbloods, um clássico do rock dos anos 60 que fala de união e paz. O parlamentar também perguntava aos seguidores qual era a música de cada um. E, em meio aos cerca de 140 comentários, a campeã foi O dia em que a terra  parou, do eterno Raul Seixas. Por que será?


Só papos


“A MP de Bolsonaro e Guedes é um crime contra o povo trabalhador. O mundo civilizado garante renda para manter o mínimo de condição de vida (comida, aluguel, medicamentos, luz, água). No Brasil retiram direitos trabalhistas e a renda. Como sobreviver a esse governo nefasto?”
Deputada distrital Arlete Sampaio (PT)



“Esclarecemos que a referida MP, ao contrário do que espalham, resguarda ajuda possível para os empregados. Ao invés de serem demitidos, o governo entra com ajuda nos próximos 4 meses, até a volta normal das atividades do estabelecimento, sem que exista a demissão do empregado”
Presidente Jair Bolsonaro,
antes de revogar o artigo da MP que permitia suspensão do
contrato de trabalho por até quatro meses sem salário